domingo, 8 de janeiro de 2012

O beijo que nunca acabou...

Sim, o beijo. Na sua boca úmida, com aquele gosto de maçã verde. É o beijo. Do primeiro ao derradeiro, todos eles foram um só. Aos pedaços, em episódios, violentas súplicas de meu amor insano. O beijo, ah seu beijo, no gosto, no tato, na emoção, o paroxismo soberbo de nossa paixão. Na minha mão em seu rosto de pêssego, no balé de suas pálpebras, nos contornos de sua face, nas investidas de sua língua. Sim, o beijo que começou de uma forma totalmente inesperada,em um lugar tão longe, e terminou com uma melancólica despedida, horas antes de um grande salto sobre a imensidão azul. Ele, tão puro e verdadeiro, tão faceiro e sensual, tão honesto e carinhoso, tão puto e imoral. Esse longo beijo de sorriso, de tesão, de bom dia, boa noite, de oi, ou até mais tarde, foi meu guia e companheiro, minha luz e escuridão. Ah, meu amor, o beijo. Sim, o beijo. Pela manhã, pela tarde, na madrugada, na alta noite, na calçada, no carro, no shopping, no bar, escondido, às claras, no mercado, ah, que beijo. E aquele no sol com sono, o de luar, aquele atirado com as mãos e também um outro, tão fugaz, de boa sorte. Que beijo, Pequena. Todos eles, apenas um. Sem-vergonha, endiabrado, adocicado, pedindo desculpas, de gratidão, de solidariedade, de carinho, compaixão. Sim, o beijo, meu amor. De todos que se dão, assim, por aí, não trocaria sequer por aquele que lhe atirei com a palma de minha mão.  Sim, o beijo, que me destes, ainda o sinto, com todo seu sabor. Sinto sua textura, seu calor, sua formosura, sua ternura. Sinto-o ao vento agora, ou quando vejo o mar, ou piso na areia, ou caminho na margem do rio. Sinto-o passeando com os olhos tristes pela janela de meu carro, no céu alaranjado, no cheiro de terra com chuva. Sinto-o, assim, do nada, sinto-o, ainda, assim, em tudo. Apenas um beijo, sim, um beijo que nunca acabou!

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