sexta-feira, 9 de março de 2012

Amarelinha!

Li outro dia, em algum lugar, que amar é igual brincar de amarelinha, que é estar entre o Céu e o Inferno.
Se tivermos cuidado e sorte - sobretudo, talvez, sorte- quem sabe, dê certo? Não é fácil, afinal entre o Céu e o Inferno existem apenas alguns passos. Não é fácil mesmo, tampouco impossível. E se existe essa centelha quase palpável de esperança intensa que chamam de amor, então não há nada mais sensato a fazer do que soltarmos as mãos dos trapézios, perdermos a frágil segurança de nossas solidões e nos enlaçarmos em pleno ar.
Quando o assunto é a vida a dois tudo depende se você vai acertar ou não a casa certa (amarelinha), diariamente. É um trabalhinho lindo e complicado. Dividir a casa, comida e a roupa lavada. Dividir amor, décimo terceiro, sonhos, garagem e banheiro. Dividir as gavetas daquele guarda roupa pequeno demais. Dividir os medos, dividir os silêncios, as realidades. Guardar pequenos segredos e pensamentos. E também tristezas mal-resolvidas. Ninguém é feliz o tempo inteiro. Mesmo porque conviver é difícil e dividir contas e ansiedades não tem nada de poesia. Mas tudo na vida é escolha, é aprendizado.
Talvez ao brincar desse jogo tão arriscado que se tornou Amarelinha eu voe até o céu ou caia para o inferno, mas no percurso, de qualquer um que seja meu destino, eu vou sorrir, chorar, ter um horizonte a conquistar, ter lugares lindos a conhecer, ver,sentir, querer, brigar, morrer e viver ... Talvez me esborrache, talvez saia voando, não temos como saber se vai dar certo. No entanto, a vida não tem nenhum sentindo se não for para dar o salto. Cada um escreve á sua maneira, e tem alguém ai que pode ser seu capítulo ou introdução. Eu creio que já tenho meu livro todo, eu já estou jogando a amarelinha dos riscos e dos sentimentos.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Namorar

"Quem não tem namorado é alguém que tirou férias de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro.
Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrimas,nuvens, quindim, brisa, de filosofia.
Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento,até paixão, é fácil. Mas namorado, mesmo, é difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito, mas aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção não precisa ser parruda, decidida, ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem um amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes, mesmo assim não tem namorado.
Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria e drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infidelidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.
Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas, de carinho escondido na hora que passa o filme, de flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Morais ou Chico Buarque lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada, de ânsia de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado,tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, fazer festa abraçado, fazer compra junto.
Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a sua criança e a do amado e sai com ela para parques, zoológicos,fliperamas, beira d’água, show de Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical de metrô.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu amado ser paquerado.
Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou ao meio dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações, quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado quem confunde ficar sozinho com ficar em paz.
Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve, aquela de chita e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas, ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança.
De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela.
Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fadas.
Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria.
Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido.
ENLOU-CRESÇA." (Vinícios de Morais) 

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Dizer certas coisas para você agora seria tão... tão cedo, seria leviano. Eu sei! Estamos apenas começando... Mas, não dizê-las me parece tão errado-estranho-precipitado-demorado(seja lá o que for) quanto.  Porque quando me senti completamente fora desse mundo, perdida  de mim mesma, sem rumo e sem caminho, sem nenhuma vontade de chegar, você apareceu e me trouxe pros teus braços, de imediato me fez perceber que era ali o único lugar que eu sempre quis estar. Porque você veio com tanta calma, sem pressas ou urgências, e no entanto, tudo foi acontecendo tão depressa, tão intenso... ( tão rápido você na minha cama, tão doce você na minha entrega). Porque me afundei no teu corpo e foi como se eu sempre estivesse estado ali...  E, agora, me vejo assim, meio boba, sem saber se é hora, sem saber como, sei saber se devo te dizer... Te dizer desse sentimento que cresce dentro de mim, mas que por ora, não quero(nem sei se sei) definir... Tentar explicar isso, nesse momento, seria como indagar se tudo vai dar certo, duvidar do que sempre esteve predestinado a acontecer.
Aqui, sozinha começo a pensar...
 Fico imaginando, pensando, divago em você.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Passado

Esqueça o passado. Prender-se ao passado é deixar de viver o presente. O amor não correspondido, o ego ferido, a oportunidade perdida, a palavra dita. Para tudo isso, não existe volta. Passou, acabou...já foi!
Remoer velhas feridas, alimentas falsas esperanças, te fará sofrer mais uma fez, e dessa vez por escolha. Tudo será em vão, não encontrará aquilo que busca e só ira aumentar o seu sofrimento. E hora de curar-se. Deixe tudo isso para trás, definitivamente e tenha em mente que se tudo isso passou e não ficou em sua vida, é porque simplesmente não era teu.
Valorize as coisas e as pessoas que merecem ser valorizadas e deixe o resto no esquecimento. Seu tempo é precioso, não vale a pena desperdiça-lo com quem simplesmente nunca fez por merecer.
Viver o presente é uma dádiva e uma oportunidade de não deixar espaços para arrependimentos futuros.
Aproveite as oportunidade de agora, dedique-se àqueles que fazem o mesmo por você, dedique- se àqueles que estão com você agora, explore o agora, esse é seu momento, faça de hoje algo realmente especial.



                Viva plenamente o presente, para não se prender no passado depois.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Eu preciso aprender a ser menos. Menos dramática. Menos intensa. Menos exagerada. Alguém já desejou isso na vida: ser menos? Pois é. Estranho. Mas eu preciso. Nesse minuto, nesse segundo, por favor, me bloqueie o coração, me cale o pensamento, me dê uma droga forte para tranqüilizar a alma. Porque eu preciso. E preciso muito. Eu preciso diminuir o ritmo, abaixar o volume, andar na velocidade permitida, não atropelar quem chega, não tropeçar em mim mesma. Eu preciso respirar. Me aperte o pause, me deixe em stand by, eu não dou conta do meu coração que quer muito. Eu preciso desatar o nó. Eu preciso sentir menos, sonhar menos, amar menos, sofrer menos ainda. Aonde está a placa de PARE bem no meio da minha frase? Confesso: eu não consigo. Nada em mim pára, nada em mim é morno, nada é pouco, não existe sinal vermelho no meu caminho que se abre e me chama. E eu vou... Com o coração na mochila, o lápis borrado, o sorriso e a dúvida, a coragem e o medo, mas vou... Não digo: "estou indo", não digo: "daqui a pouco", nada tem hora a não ser agora. Existe aí algum remedinho para não-sentir? Existe alguma terapia, acupuntura, pedras, cores e aromas para me calar a alma e deixar mudo o pensamento? Quer saber? Existe. Existe e eu preciso. Preciso e não quero.
Mas que DROGA.... Não consigo resistir a escrever sobre você. Você e seu jeito confuso. Você e esse rosto. De onde você tirou esse rosto? Meus Deus, aonde foi que você aprendeu a me olhar assim? Vai, toma, leva. Me emprestei um pouco, agora leva o resto. Não tenho o que fazer com o que ficou de mim. Me entende? Eu sei que NÃO.

Me salva no seu computador, escreve uma história linda para me matar de vez. Nossas loucuras juntas nos salva. Você me salva. Você conhece meu lado obscuro, você me conhece brava, você sabe o que há de pior em mim. Aonde já se viu isso? Então leva. Me leva e não devolve. Me leva e constrói um bar, vamos ler Jonh Fante, ficar bêbadas em Londres, vamos fazer alguma coisa grave porque nada mais nos resta. Te resta? Eu te resto. Eu e nossa loucura. Nossos planos foram reduzidos a pó. Junta nosso lixo, joga tudo fora. Não temos nada pra sonhar. Mas temos vida, um coração que ainda bate. Temos nossa falta de juízo, nossas palavras, nossos planos e uma imaginação sem fim. Será preciso mais?

Vida real

Sabe quais as brincadeiras que mais me irritavam quando pequena? Passa-anel e Telefone-sem-fio. Passa-anel porque todo mundo que ganha o anel sempre fica com aquele ar de novidade na cara. Nunca vi ninguém que ganhasse o anel e permanecesse na roda com ar de "não-aconteceu-nada". Mas isso são só lembranças. Recordações de uma menina que queria fazer 18 anos e estudar MEDICINA na UFPR. A história de hoje é outra. A menina cresceu. Brincou de passa-anel com as amigas pequenas e fez todas as "caras de novidade" que lhe foram possíveis. Descobriu que o corpo humano é misterioso e esta cursando DIREITO. Palavras traziam - até então - mais segurança que a profundidade de um corpo ensanguentado a minha frente. Bonito, né? (Tudo mentira!) Não estudei medicina porque tinha tenho pavor de ver alguém agonizando, e não queria dar trabalho em uma sala de cirurgia sendo eu a medica responsável.
Mas o que realmente me impressiona nos dias de hoje é que a tal brincadeira do Telefone-sem-fio me acompanha.Só que não é mais brincadeira. É real. E talvez seja mais perigoso que um bisturi em minha mão. E funciona mais ou menos assim: uma história (que pode ser verdadeira ou não) começa em algum lugar e vai passando de boca em boca. De ouvido em ouvido. Em cada pessoa que chega, perde um pouco do enredo, ganha mais ficção. E os personagens mudam, o roteiro ganha vida própria e - quando você vê - a história da sua vida virou uma história que você nunca viveu. Convenhamos: nada pior que uma história mal-contada. Nada pior que descobrir que o Lobo Mau era bonzinho e a velha história da Chapeuzinho Vermelho não passa de uma farsa para esconder a personalidade cruel de uma neta insensível que mata a própria vó para ficar com a herança. Você pode rir (eu estou rindo agora). Você também pode achar maldade ou falta do que fazer. Mas é isso mesmo. O problema do Telefone-sem-fio está quando os personagens são reais. Não é legal quando você vê que é a sua vida (ou a vida de alguém que você gosta) que está no jogo. Pessoas não são personagens. Têm sentimentos, tem suas vidas, tem histórias escritas por elas mesmas. (E eu que passei a vida inteira temendo bisturis...)
O que você quer para sua vida? Emoções baratas? Ofertas irresistíveis? Não sei se um dia o mundo cansará de tanta disponibilidade. Felicidades a 1,99. É pegar ou largar... O mundo anda invertido. Ou será que sou eu? Temos que virar de cabeça pra baixo para ficarmos iguais. Aquilo que era secreto agora está escancarado. O que nos é caro, escondemos a 7 chaves. Eu não quero que minhas vontades tortas e meus desejos secretos fiquem escondidos. Eu quero mais é que eles saiam por aí, nem que seja para não se atrofiarem. Eu ando seguindo o que eu acho que tenho de mais valioso: meu coração. Se você estiver no meu caminho, te levarei comigo. (Quer vir?). Cansei de pagar mais por menos. Eu enxergo sua alma. Enxergo suas incertezas.
Eu não quero competir com refrões. Eu quero poesia, sentimentos e beijos no pescoço. Será que é pedir muito?

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Eu sou uma eterna apaixonada por palavras. Música. E pessoas inteiras. Não me importa seu sobrenome, onde você nasceu, quanto carrega no bolso. Pessoas vazias são chatas e me dão sono. Gosto de quem mete a cara, arrisca o verso, desafia a vida. Tem muita coisa dentro de você? Então jogue essa porra de identidade fora e senta aqui. Para de falar da rave. Da viagem. Das 200 horas que ficou sem dormir ouvindo tuntztuntz. Ok, pode falar! Mas seja breve. Eu quero saber sobre você. VOCÊ! Você não é só uma festa, uma foto de orkut, um carro bonito que te custa caro. Você não é só um i-phone, uma tv de plasma, uma notícia barata de jornal. VOCÊ É GENTE! E gente sente. Gente ama, sofre, sente sono. E tem medo. EU TENHO MEDO. Eu, na verdade, tenho muitos medos. E um deles é que as pessoas virem apenas uma IMAGEM. Não para os outros (que se fodam os outros!), mas para si mesmo. Meu Deus, aonde vamos parar? Antes que a conversa se estenda, quero esclarecer logo. Não sou hipócrita, veja bem. Também adoro um auê, uma frescurinha, champagne boa. Tenho um ego chato que apaga fotos em máquinas alheias. Fico emburrada se a calça jeans não entra. Brigo com meus defeitos (que são caros, fartos e meus). E acho que todo mundo também. Mas o que vim dizer hoje não é isso. Ou melhor, é sim. O que eu quero falar na verdade é que: A GENTE PODE SER BEM MAIS QUE ISSO. Que tal preocupar-se um pouco mais com SER do que com o TER, nem que seja pra variar? Me conte suas viagens, me mostre sua história, mas seja sincero: você detestou aquele lugar que todo mundo ama! VOCÊ ODIOU, na verdade. Então pra quê dizer que foi uma viagem “do caralho” e colar aquelas fotos com aquela gente cretina bem no meio do seu mural? Não precisa fazer linha comigo, nasci desalinhada, você sabe. Lembre-se de quem você era, DE QUEM VOCÊ É. (Você se lembra?). É sua essência, tudo o que há por trás desse sorriso lindo e óculos escuros. É minha gente. Estou naqueles momentos silenciosos em que pouca coisa parece fazer sentido. Sigo a vida conforme o roteiro, sou quase normal por fora, pra ninguém desconfiar. Mas por dentro eu deliro e questiono. Não quero uma vida pequena, um amor pequeno, um alegria que caiba dentro da bolsa. Eu quero mais que isso. Quero o que não vejo. Quero o que não entendo. Quero muito e quero sem fim. Não cresci pra viver mais ou menos, nasci com dois pares de asas, vou aonde eu me levar. Por isso, não me venha com superfícies, nada raso me satisfaz. Eu quero é o mergulho. Entrar de roupa e tudo no infinito que é a vida. E rezar – se ainda acreditar – pra sair ainda bem melhor do outro lado de lá.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Eterna criança

Eu sou criança. E vou crescer assim. Gosto de abraçar apertado, sentir alegria inteira, inventar mundos, inventar amores. O simples me faz rir, o complicado me aborrece. O mundo pra mim é grande, não entendo como moro em um planeta que gira sem parar, nem como funciona o fax. Verdade seja dita: entender, eu entendo. Mas não faz diferença, os dias passam rápido, existe a tal gravidade, papéis entram e saem de máquinas, ninguém sabe ao certo quem descobriu a cor. (Têm coisas que não precisam ser explicadas. Pelo menos para mim). Tenho um coração maior do que eu, nunca sei a minha altura, tenho o tamanho de um sonho. E o sonho escreve a minha vida que às vezes eu risco, rabisco, embolo e jogo debaixo da cama (pra descansar a alma e dormir sossegada). 
Coragem eu tenho um monte. Mas medo eu tenho poucos. Tenho medo de Jornal Nacional, de escuro, de maionese vencida, tenho medo das pessoas, tenho medo de mim. Minha bagunça mora aqui dentro, pensamentos dormem e acordam, nunca sei a hora certa. Mas uma coisa eu digo: eu não paro. Perco o rumo, ralo o joelho, bato de frente com a cara na porta: sei aonde quero chegar, mesmo sem saber como. E vou. Sempre me pergunto quanto falta, se está perto, com que letra começa, se vai ter fim, se vai dar certo. Sempre questiono se você está feliz, se eu estou bonita, se vou ganhar estrelinha, se posso levar pra casa, se eu posso te levar pra mim. Não gosto de meias-palavras, de gente morna, nem de gostar em silêncio. Aprendi que palavra é igual oração: tem que ser inteira senão perde a força. E força não há de faltar porque – aqui dentro – eu carrego o meu mundo. Sou menina levada, sou criança crescida com contas para pagar. E mesmo pequena, não deixo de crescer. Trabalho igual gente grande, fico séria, traço metas. Mas quando chega a hora do recreio, aí vou eu... Escrevo escondido, faço manha, tomo sorvete no pote, choro quando dói, choro quando não dói. E eu amo. Amo igual criança. Amo com os olhos vidrados, amo com todas as letras. A-M-O. Sem restrições. Com ou sem medo. Sem frases cortadas. Quer me entender? Não precisa. Quer me fazer feliz? Me dê um chocolate, um bilhete, um brinde que você ganhou e não gostou, uma mentira bonita pra me fazer sonhar. Não importa. Todo dia é dia de ser criança e criança não liga pra preço, pra laço de fita e cartão. Criança gosta mesmo é de beijo, abraço e surpresa!

Me faz feliz

Bom humor.Gente educada. Abraço apertado. Escrever. Sorvete de flocos. Gentileza. Shampoo cheiroso. Faculdade. Minha família. Música. O sorriso da minha prima. Livrarias. Céu estrelado. Ter saúde. Meu gato. Cheiro de livro. As covinhas do sorriso de alguém especial. Almoço de domingo. Ler à noite. Olhar para o mar. Vinho tinto. Gente leve. Meu pai que fala “gúgli”. Sapato novo. Livro novo. O olhar “verdolengo” da minha mãe. Brigadeiro quente na panela. Ir ao cinema. Filme bom. Programas de índio (sim, eu sou estranha). Gente humilde. Viajar. Pessoas que sabem elogiar. Telefone no silencioso. Receber um SMS fofo de madrugada. Filtro solar que não gruda. Folha em branco. Falta de frescura. Ficar sem fazer nada (viva o ócio!). Minhas amigas do peito (são poucas, acreditem). Suco natural. Sentir o jeans mais largo. Integridade. Sair satisfeita do salão. Acordar tarde aos sábados. Meu irmão (sempre!). Pagar todas as contas do mês (e ainda sobrar dinheiro). Pessoas que valorizam a arte. Pessoas que gostam de ler. Pessoas que incentivam a cultura no país. Gente com atitude. Gente otimista. Homens bem resolvidos. Mulheres que se valorizam. Champagne gelada. O All Star dela. Conversar só com o olhar. Beijo na boca. Uns bons “amassos”. Tour nas lojas Americanas. Delivery. Colecionar frases. Correr com uma ótima trilha sonora (run, Nanda, run!). Andar no meio do mato. Compras coletivas. Conversar com crianças (me divirto!). Letras de música que falam por mim. Ver que alguém lavou a louça da cozinha (e não fui eu!). Lençol cheiroso na cama. Cachoeira. Um pouco de silêncio. Ver um episódio novo de “Grey's Anatomy”. Casa limpinha. Fazer um “ok” em todos os itens do dia na minha agenda (é raro, mas acontece). Alto astral. Minha foto com minha avó (saudade feliz!). Pessoas autênticas. Cafuné. Ônibus (ou avião) vazio. Ficar em casa. Cantar sem saber a letra (meu hobby!). Céu azul. Conversar com gente inteligente. Sentir-se em paz. Sentir amor. Sucrilhos. Café. Ter fé (sempre!).Sinceridade. E o melhor: saber que essa lista apenas começou e que posso dividir momentos, coisas, fases com você. ;)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

???

Hoje é dia em que estou,na verdade, nem sei se “estou”. Se estou aqui ou aí. Por que será que há dias que nada parece existir, e tudo parece se perder?
Nem eu, nem você. Nem “sou” ou “estou”...

Hoje é dia que leio e releio. Procuro e não encontro. Dia em que me afogo em versos perdidos em rimas sem sentido. Sonhos desconexos, sentimentos incontidos...

Hoje é dia em que me ensaio, dia em que palavras se tornam prece (silenciosa), algo que você (pré) sente, e nem ao menos entende, não consegue descrever.Mas, eu precisava tanto... Precisava tanto reter o encanto... e te dizer, mas estranho, as palavras já não me são tão fáceis nesse momento. Estranho nada! Há muito que já não sei o que te dizer (o que poderia te dizer que já não tenha dito?), mas sei lá... ainda assim queria... (quero, preciso...). Hoje eu queria, precisava te falar, tentar ao menos, e te escrever para quem sabe te fazer entender, mas entender o que? Escrever o que? Já nem sei mais...

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Perdendo o controle

Que sentimento é esse que abala todas as minhas estruturas? Que tipo de encanto você tem que me deixa dependente do seu sorriso mais do que qualquer coisa? Qual foi a magia que você usou pra me enfeitiçar e te deixar em um lugar do meu coração que estava totalmente fechado? O que você fez comigo? Porque você chegou e roubou um pedaço de mim, e no lugar deixou um pedaço seu, que grita de saudade toda vez que você se vai? Você selecionou milimetricamente onde se instalaria e parece não se saber a bagunça que esta aqui dentro. Você me transforma. Você me dá medo, porque eu nunca achei que desejaria tanto alguém como eu desejo você. O principal medo é o de perder. O meu sorriso não se abre com muito mais facilidade com você longe.
Eu até queria não pensar em você, mas só de imaginar um minuto sem você dominando a minha mente meu coração se tortura.
Você que é tão única e eu que sou tão singular. É mais um vício, que fugiu totalmente ao meu controle e muitas vezes me domina.
Aquela menina sempre tão fria está começando a se derreter, e isso é perigoso. Perigoso como tudo em você, desde o seu sorriso viciante até os beijos terrivelmente irresistíveis. Um perigo que eu não consigo mais evitar e que eu acabei gostando. Estou me entregando e isso me trás uma paz tão grande Foi talvez a pior escolha.. mas não tem volta. 
Me joguei no precipício do seu olhar e não achei saída. Não quero a saída, não quero que me tirem daqui.
Existe dentro de mim um monstro que me controla e me faz ser essa insuportável de sempre, mas que adormece ao ouvir a sua voz e conviver contigo. 
Como suas mãos se encaixam nas minhas. Borboletas que se instalam no meu estômago e reviram tudo.
E o tempo. Tempo que cura e que machuca, que aproxima e que afasta. Tempo que vai dizer o que está errado e consertar tudo que faz mal. 
Tempo que me fez conhecer todos os seus mistérios e me deixou encantada pela sua loucura. Loucura minha e sua, loucura nossa. Não uma, mas várias. Cada vez mais desconexas pela falta do tal tempo e ganhando força na distância física dos nossos corpos.  Suas manias e defeitos que me fazem te querer mais e mais, seu jeito de surpresa que me fascinou desde o primeiro beijo. Te odeio porque você mexe com o meu coração e eu não quero, e assim você provoca uma intensa luta interna entre o lado que te deseja e o outro que não quer se entregar... e não quer por puro medo, mas é incontrolável isso.
Porque a maioria das minhas forças estão concentradas em não te deixar penetrar mais fundo em mim, porém eu não consigo lutar contra isso, acho que já perdi as forças e estou deixando a maré me leva. Como você consegue me desestruturar dessa forma? Isso me deixa nervosa, inquieta, assustada... porque só você tem esse efeito sobre mim?.
Sim, essa garota fria e sem coração, essa garota distante e que não consegue se envolver se encontra totalmente perdida e com um desejo enorme de se entregar. É por isso que eu tenho medo. Porque eu não gosto de ninguém, e você acabou com toda a minha distância do mundo dos sentimentos, e de você eu gosto. Gosto do seu jeito estranho e da sua risada gostosa, gosto do seu sorriso bobo e do seu jeans escuro. Eu gosto até das suas brincadeiras que não tem graça, mas me fazem rir e me tiram da monotonia de sempre. E eu, completamente forte e que aguento de tudo um pouco, me rendo você. Quem é você? Porque fez isso comigo? Me devolve para me congelar- me novamente, por favor, isso é o que faço de melhor.
Não some de mim, porque a sua ausência seria o pior dos venenos. Pior do que o meu próprio veneno. Pior do que o seu veneno que já está impregnado em mim. Eu confesso que tenho que me controlar pra não sair correndo e te encontrar em qualquer lugar e te fazer enxergar que eu estou aqui, por você. 
Te mostrar que cada dia que passa eu te quero mais, mais e mais... e em cada noite fria eu desejo seu corpo junto comigo.
Eu já tentei descrever você de milhares de maneiras mas nenhuma delas é suficiente. Já tentei expressar meu sentimento mas ele muda e cresce a cada respiração. 
Realmente, acho que agora eu me torno a pessoa mais clichê e repetitiva do mundo, mas escrever é a forma que encontro para não jogar tantas expectativas ao vento, deixar tudo isso passar em branco, deixar tantos sentimentos mudos dentro do silencio que me toma.

Ciúmes

Eu sei que escolher demais é errado, todo mundo sabe. Mas quando eu me apaixonei, eu fiquei reparando os mínimos detalhes, desde a forma de se vestir, cortar o cabelo, até a forma de falar. Talvez, tenha me apaixonado por bobagens, por uma risada que eu não gosto, um tipo de roupa que eu não curto, uma banalidade qualquer, porém bobagens essas que fazem eu parar e sorrir sozinha, fazem eu querer aproveitar essas banalidades todas. Mas ai vou acumulando escolhas, colecionando erros. Erros como sentir ciúmes dessas pequenas coisas que eu não suporto, entretanto me fazem um bem enorme.
Eu tenho ciúmes sim. Que dizer, ás vezes eu tento esconder, juro que tento, mas é mais forte do que eu, muito mais forte e não consigo controlar tudo, pelo menos não mais. Ter a sensação de que por um segundo a pessoa com quem me importo pode/vai estar nos braços de outra pessoa é aterrorizante. Eu queria poder, melhor, fingir não me importar, ou ainda não  me importar de verdade, mas por mais que eu diga "vai lá com ela", o que eu quero mesmo é que você me abrace e prometa que ninguém no mundo vai poder tomar meu lugar, lugar esse que nem é meu. Sabe, não é egoísmo, ou é, ou é puro e simples egoísmo eu querer que os seus melhores momentos seja do meu lado. Não é que eu queria você só para mim, não é isso... é medo. Medo de ver você feliz sem mim. Medo de não ser o suficiente para você. Medo de ser "substituída, trocada, deixada pra trás". Medo, é só medo. O que posso fazer? Não quero te perder.

Pequenas coisas

E do que recordaremos após 50 anos? Do que será feita nossas vidas? Lembranças grandiosas de momentos pequenos que se sobressaem em meio a tantas lágrimas e desgostos. Aquelas risadas bobas que não conseguimos conter, um olhar no momento certo e da pessoa certa, quando voltamos a ser crianças por 5 minutos. É, justo aqueles momentos que na hora passam despercebidos. Passamos tantas horas de nossas vidas procurando grandes motivos para sorrir e até para viver, em diversas vezes pensamos que não somos felizes e que nunca seremos, mas quase nunca paramos para reparar nestas pequenas coisas que acontecem todos os dias. Pois então sorria com elas, festeje com pequenas conquistas, comemore pequenas ocasiões, porque no final, são as pequenas coisas que farão a diferença para nossa alegria.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Quero

Quero estar...

... não só na tua mente, quero não só te fazer pensar, um momento imaginar...!  
Quero mais, eu sempre quero mais! 
Quero todos os teus pensamentos, cada momento teu.
Quero estar na tua mente, no teu corpo, em tudo que sentes. 
Quero ser teu fogo, tua fonte e teu afago, te dar de comer, inundar a tua sede.
Quero respirar na tua pele, pulsar no teu íntimo.  
Quero o que há de mais inconfessável nos teus sonhos, do teus segredos mais impuros, o que há de mais secreto nos teus desejos, o que há de mais sacana na tua boca...  Dos teus pecados o que há de mais santo, o  mais profano das tuas virtudes.
Quero ser a insensatez da tua lógica. Da tua loucura: a lucidez! Da tua timidez: a audácia! Da tua calma: a pressa! Do teu normal: o insano! 
Quero ser o teu contraste, tua verdade e teu disfarce, teu passo e teu impasse, teu porto e tua fuga, o teu sol e tua lua, teu dia e tua chuva, teus caminhos e teus desvios... tua reta, tua rota, tuas ruas e tuas curvas!
Quero estar no que há de mais fundo do teu corpo, no que há de mais dentro de você...
Quero todos os teus sentidos, cada gemido teu. 
Quero teus plurais, te quero inteira,irregular... escravo-no comando, altivo-submissa, de joelhos, me dobrando, me domando, TODA MINHA!
De mim quero apenas o que permanece de você...Meu corpo eternamente marcado por tuas mãos... Teu cheiro em mim...!

domingo, 22 de janeiro de 2012

Porque?

Por que se apaixonou por ela? Perguntava-se sempre. Bem, ela era bonita. Não! Mais que isso. Era linda! E tinha o sorriso mais claro que um dia já tinha visto. Poderia ter sido pela beleza aberta, displicente e leve que ela tinha, ou pelo riso fácil, ou pelo jeito gostoso de menina que corre pro mar e se encharca de sonhos, gargalha por nada, e faz do nada o seu tudo, se lambuza do mundo! É... poderia ter sido por todas essas coisas, e talvez tenha mesmo! Mas, havia ainda aquele olhar... E o jeito como ela olhou naquele primeiro instante... Ela a trouxe inteira pra dentro daquele olhar... Olhar doce de mistério e magia. De um desejo confesso. Sem disfarces! Não nega, se entrega! Mas, não era só isso, havia algo mais... Um misto de pecado e ternura, mansidão e loucura. E não foi, pelo modo como ela a puxou pela cintura, a trouxe para o seu cheiro e sussurrou ao seu ouvido palavras úmidas. Jura também, que não foi pelos corpos colados, e as mãos dela deslizando pela fendas da sua alma e vestido, e o calor da pele-poro-pêlo-arrepio. Ou porque se apagaram todos os medos e estrelas se incendiaram num céu aberto de possibilidades (infindáveis e todas). Ou pelas borboletas no estômago,  sinos tocando no momento do beijo, o frio na barriga, o coração disparado, as mãos suadas e as pernas bambas,  todos esses clichês e tantos outros que não me ocorrem agora...,  todas essas obviedades próprias de um instante como esse, em que a gente fecha os olhos bem forte e pede baixinho pra que não acabe nunca mais. Mas, ainda assim, talvez não tenha sido por tudo isso (não só...).  Não só pela noite maravilhosa e por todas as outras que se seguiram (puro poema). Mas, pela manhã seguinte em que ela a envolveu nos seus braços, e o mundo coube todo ali dentro da  ternura daquele abraço. Por isso, por tudo e por mais! Por todas as manhãs em que ela sorrindo lhe traz o sol de presente e a olha demorado e fundo, como “naquele primeiro segundo daquele primeiro instante”, e ela ainda se vê lá, no fundo daquele olhar...

Mar dos amores

Quando ela apareceu e ele se viu completamente perdido, o universo parecia comum. Havia sol, havia árvores, havia vida. Só não havia ar. E então ela foi entrando, tomando conta, arrastando tudo como uma vaga do mar em tardes de inverno. A ele, apenas restava tentar colocar a cabeça para fora d'água e respirar, já que ir contra a correnteza de nada servia. Por isso, acabou se deixando levar e, quando viu, não podia manter mais os pés em terra firme. Enquanto isso, ela parecia sumir e voltar, seguindo a intensidade do oceano. Ali, o mundo era mudo. Ali, o coração era surdo. Às vezes ele tentava nadar em sua direção, crendo que era possível chegar até ela. Porém, o esforço era inútil, e o mar cismava em a deixar longe demais. Então ele saía da água, querendo fugir, mas descobria que o frio que fazia lá fora era mais do que podia suportar. E assim seguiam a luta; ele, nadador desesperado; ela, porto inatingível. Alguns diriam que havia poesia nesse bailar. Outros, que havia somente esforço inútil para não se afogar. Mas a verdade é que, enquanto ela se afastava, ele continuava a insistir. E cada braçada que dava no mesmo lugar não era um esforço para avançar – era apenas a vontade de a trazer até ali, sonhando com o dia em que a maré pudesse virar.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Meu silêncio

Não te direi tudo que sinto.Não te direi do meu silêncio.Não te direi da minha dor.Não te direi que vai passar.Não te direi que te sinto perto.Não te direi que andei distante.Não te direi do instante que te preciso.Não te direi que te preciso a todo instante.Não te direi que  te quero agora.Não te direi que irei embora.Não te direi dessa inquietude da pele.Não te direi desse corpo vazio.Não te direi desse frio aqui dentro.Não te direi das promessas que ficaram atrás da porta.Não te direi das palavras frias.Não te direi dos sentimentos do lado de fora.Não te direi daquele dia.Não te direi que minha alma quer recostar em teu peito.Não te direi que meu peito espera teu jeito.Não te direi dos meus medos...Não te direi que conheço seus desfechos.Não te direi que te enxergo crua.Não te direi das tuas razões.Não te direi das minhas dúvidas.Não te direi que às vezes tudo parece desandar...Não te direi que tantas vezes tudo vem "ao revés do peito,ao reverso do espelho, ao avesso das mãos"...E, sobretudo, não te direi do amor.Não te direi dele, não!Não te direi que ele supera e espera.Não te direi que ele cura qualquer dor.Não te direi de milagres e sonhos. Não, não te direi do amor.Não te direi aquilo de que já sabes e que teu corpo conhece de cor...!
Para não sofrer decidi silenciar, deixar as palavras morrerem dentro de mim, resolvi que... não resolvi nada, nunca resolvo. Só decidi que não falaria mais nisso, como se não falando não pudesse mais pensar, não pudesse mais sentir... SILÊNCIO... sou eu quem estou optando por ele. Eu que já quis tanto as palavras, agora já não quero mais nada, não quer falar, só quero ouvir. Agora é só SILÊNCIO, é só um MOMENTO... Momento preso no peito, momento desfeito no jeito torto de demonstrar  que eu te quero, momento em que a garganta tola  ainda arranha um soluço mais tolo ainda, momento de um sussurro morto em que o coração se arrebenta, mas não deixa sair...!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Francine... linda, gostosa!

Estava em um daqueles dias em que eu nao queria nada, e ao mesmo tempo eu que eu queria tudo. Queria qualquer coisa (qualquer coisa que nem precisava ser boa, nada daquela coisa bonita que tanto desejava), podia ser qualquer coisa, sem jeito, sem tempo ou razão, uma coisa estranha, uma coisa esquisita. Sem cor, sem cheiro, sem pele, sem nome, sem forma, não importava. Qualquer coisa mesmo! Desde que não me fizesse sentir a garganta travada, no peito um buraco. Qualquer coisa que não me fizesse desejar o que mais tinha medo.
Ai, nesse dia eu encontrei o que procurava (mesmo sem saber ao certo o que queria). Porém, era mais do que eu esperava, mais linda do que qualquer coisa que já tinha desejado, não era qualquer coisa, tinha jeito, era boa e me vazia ser melhor, tinha tempo, razão, não era estranha, muito menos esquisita. Tem cor, cheiro, pele, nome, forma e isso tudo não sai de mim, então tudo isso começou a ter importância. Me fez sentir a garganta, o corpo, as mãos, a boca, o corpo travar,tirou o buraco que tinha dentro de mim. Me fez desejar tudo o que repudiava até o determinado momento. 
Não me sinto tão frágil como pensei que era, o frágil vem antes da quebra, e eu não consigo quebrar como antes.
Pedaços, era como eu me sentia, talvez por não ter sentindo nada comparado a isso, nada igual. Descobri que tudo pode ser perfeito desde que eu tenha cada vez mais dos teus carinhos. Que seu abraço contorne me protegendo, e seu olhar sempre me faça sorrir. Que suas mãos não soltem as minhas em hipótese alguma, e que possa sempre vir a te proteger, confortar, tirar entre seus lábios um sorriso, uma gargalhada. Que o seu calor se una cada vez mais ao meu, e que não tenha espaço pra que ele se esvaia. Que o seu perfume não saia das minhas roupas, e que o gosto dos seus beijos permaneçam em meus lábios. Que não haja medos, que não haja os MEUS medos,muito menos despedidas. Que seja eu, que seja você.
De repente, tudo toma cor, forma... tudo que eu não desejava, mas que de alguma forma eu sempre queria. 



terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Confesso

Difícil não é saber o que sinto, sempre soube, desde o primeiro momento, um único instante e aquele “sentir” tomou conta de mim, foi completo e inteiro desde a primeira vez (me deu medo, só isso)... Mas, se de início já era tão forte, tão intenso... com o passar do tempo foi se tornando gigantesco, e hoje, me vejo assim completamente entregue a esse sentimento, e isso me assusta,me assusta MUITO, confesso... Hoje, sou alma despida, peito aberto, corpo exposto, coração tá querendo gritar... Mas, ainda falta tanta coisa, talvez ainda não seja a hora, talvez esse sentimento possa, mesmo sem querer, sufocar... Ainda preciso aprender a lidar com isso. Absorver, viver os sentidos...sei bem o que quero, e, hoje, tenho a certeza, que esse “querer” me conduzem, invariavelmente, até você... porque hoje sei(sempre soube) que você sente o mesmo, por isso não quero frear, não quero dar um breque nesse sentimento, não queira também, não tenha dúvidas da intensidade do que sinto, apenas preciso aprender, descobrir... Ainda me falta aprender certas coisas... “Ainda falta descobrir a serenidade, dominar a ansiedade. E, aprender a esperar, ainda falta me pacificar, deixando o coração ficar mudo, ainda falta aprender quase tudo...”, Mas, esse “tudo” quero, agora, é aprender com você... Então, vem... "tanta coisa nos espera"... Estou esperando por você...


Esperando por nós ...

Fragilidade, tão eu!

Horas existem na vida da gente em que tudo se intensifica, horas estas em que estamos tão frágeis que a mínima coisa, e aquilo que talvez não tivesse importância em outro momento, mas nesse, justamente nesse,  ganha  uma dimensão descomunal, totalmente fora do normal, e  nos deixa completamente tristes... Talvez seja a fragilidade deixada por uma saudade, fragilidade refletida no desejo interrompido, fragilidade sentida no “detalhe” não percebido, fragilidade até egoísta, fora de hora, sei lá... Mas, de toda e qualquer forma, fragilidade... Fragilidade do corpo que desaba, fragilidade da lágrima que rola, fragilidade do pensamento que não consola, fragilidade de algo que não acaba... fragilidade da alma que se esvai, do coração que aos pouco se vai... Fragilidade que deixa sem rumo e nos deixa na contramão, fragilidade que mergulha fundo e nos pega em cheio, bem no meio, dentro, no centro... da nossa solidão...! E o que fazer então? Talvez sentar e esperar, encolher o corpo, recolher a alma, e esperar...

...Esperar que isso tudo passe, que algo mude de novo dentro da gente, esperar que tudo volte a ser verdadeiro, esperar que nada nunca mais seja pela metade, acreditar que dessa vez tudo será por inteiro: alegria, tristeza, que seja, sorriso, lágrimas, dor... mas, sobretudo, e acima de tudo o  AMOR... ! AMOR POR INTEIRO, AMOR VERDADEIRO, AMOR DO ÚNICO JEITO QUE PODE SER... AMOR... EU E VOCÊ...! Mas, se o amor existe, por que será que às vezes não basta? Por que assim, de repente,tudo se fecha a nossa frente e nos torna tão frágeis?  Onde está o problema? Certamente, não é na falta do sentimento, que sabemos existir, não é pela falta, talvez pelo excesso, excesso de amor, excesso de querer, excesso de sentir... Melhor, então, dar um tempo, e esperar... esperar a calma, esperar a alma, deixar o coração voltar, deixar o corpo, na hora certa, se encontrar, e  acontecer de novo em você...! Talvez só baste um gesto, uma única palavra, ou quem sabe apenas um olhar? Ou quem sabe simplesmente tudo aconteça, tudo passe tal qual como veio, e entre as pernas que agora abraço, na fragilidade que me enlaço, me chegue você, sem receio, me pegue pela mão, reavive o coração, e num beijo, entre meus seios e seu peito, apenas o desejo, e o amor feito no toque das mãos...! 


sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Quando sonhos adormecem não há como despertar estrelas.E de repente tudo fica tão distante... 
Porque tantas coisas nos escapam?
Porque fugimos tanto do que somos?
Porque deixamos passar o instante?

Porque cobramos confiança e duvidamos de nós mesmos?
Porque buscamos certezas e abandonamos crenças?
Porque pedimos desculpas pra poder voltar a dormir?
Porque falamos em perdão sem pensar, de fato, na redenção?
Porque queremos asas e nos detemos em abismos? 
Porque buscamos flores e desfiamos espinhos?
Porque esperamos chuva mansa e  provocamos tempestades?
Porque procuramos sol e cuspimos trovões?
Porque pedimos calma e desencadeamos terremotos?
Porque fazemos promessas e tecemos impossibilidades?
Porque esperamos o toque e contemos a pele?
Porque queremos música e compomos silêncios?
Porque buscamos leveza e nos tornamos rocha?
Porque ensaiamos pétalas e desperdiçamos rosas?
Porque abrimos caminhos e impedimos o acessoo?
Porque almejamos céus e negamos sonhos?
Porque queremos presença e cumprimos distâncias?

Porque detestamos ausências e impomos solidões?
Porque desejamos noites de lua cheia e esvaziamos corações?
Porque cobramos afeto e desaprendemos o gesto?

Porque queremos que o outro seja o que frequentemente não conseguimos ser?
Porque me faço tantas perguntas se sei que nunca vou encontrar respostas? E mesmo que encontre nunca vou aceita-las. 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

"...preciso tanto aproveitar você..."

To com saudade do teu cheiro na minha pele. Saudade de arder na tua febre quando tua boca me põe louca, teu suor invade meus poros, tua língua explora meu corpo e teus lábios me fazem amor...  Saudade da tua voz sussurrando no meu ouvido, arrancando minha roupa, me arrepiando inteira quando me puxa para você, me deixando nua no momento em que queimo no teu beijo,  me afogo no teu fogo, mergulho no teu gosto, arranho minhas costas,  e sussurro que sou tua.
Saudade de dormirmos agarradas, acordar no teu toque, na música que nos desperta, no instante em que me vejo nos teus olhos e o desejo arde de novo em nós... Saudade da canção que brota gostosa da tua boca, do tom dos teus olhos que muda conforme você sorri (cor de mel quando você está séria, mais verdes quando está feliz), do timbre da tua voz me arrepiando,  do teu coração no ritmo do meu corpo quando te enxergo por dentro e você me olha tão fundo e me canta o amor. Saudade de tudo que me faz lembrar você.Saudade do mundo inteiro cabendo aqui no meu quarto quando você na minha cama está, me amansa na tua loucura, me enlouquece no teu cheiro, na hora exata em que te caço entre lençóis e me derramo nua em teu suor. Saudade do teu sorriso, aquele que torna tudo mais fácil, num instante de ternura única, que não sei bem o porquê você parece querer esconder (teu sorriso revela o teu lado mais bonito). Saudade até do teu mau-humor quando quero conversar e não deixo você dormir. Saudade de ouvir você corrigindo a pronúncia do meu inglês que eu nem sabia ser inglês (rsrsrs), saudade de corrigir os pequenos deslizes do teu português. Saudade de cada detalhe da nossa história, do que fomos e de tudo que ainda podemos ser. Memória do que está por vir. Saudade do que não aconteceu (ainda!). De pegar a estrada pra praia ouvindo Adele (foi a primeira coisa que me veio a cabeça). De pão de queijo no Hotel Fazenda. De fazer amor, na serra,  em frente à lareira. Da casinha na montanha, no mato, na cidade ou no campo (com você em qualquer lugar). Do fogão à lenha, do melhor feijão que você já comeu na tua vida (aquele que vou aprender a fazer só pra você). Da nossa cozinha e da varanda. Do jardim,  cheiro de mato e lavanda, e o melhor cheiro: o teu!. Do periquito Ludovico e do papagaio Gervásio (rsrsrs). Do beija-flor todas as manhãs na nossa janela. De ouvir e aprender a amar Beatles. Deitar na grama e  contar estrelas, pular amarelinha, soltar pipa, jogar bola, ralar o joelho, rolar no chão. De ser cúmplice dos teus atos, descobrir o mundo na ternura do teu abraço. Ser  o motivo do teu riso, a rotina da tua pele, a promessa dos teus olhos, a proposta da tua boca, a resposta do beijo. Pulsar no teu íntimo... Fazer do teu lugar o meu... Por tudo isso, pelo que eu sinto e que sei você sente também. Por você, por mim, é que te ensaio um poema, arrisco na rima, me perco no verso. Só para te dizer dessa saudade. Pra te falar o quanto você me faz falta, do quanto te quero, pra te mostrar que não é a ausência de afeto o que há, talvez o que sobra dentro de nós morra um pouco no gesto falho, na entrega pela metade, nas palavras repetidas, no silêncio egoísta, do medo de ser nós mesmos, de expor nossos defeitos, e de repente descobrir que em meio a tantas diferenças somos tão iguais...Sinceramente não sei. Só sei que não quero desistir, quero continuar tentando, descobrir o jeito certo do teu jeito se encaixar no meu. Porque estamos apenas começando. Porque não quero deixar que se perca em mim o desejo de permanecer em nós duas.
E eu escrevo... Mais uma vez... Nem sei por que ainda insisto,  tanta coisa já foi dita, mas quanto mais se fala parece que menos se pode ouvir... Quem sabe, agora, só mesmo o silêncio possa ser entendido... Talvez seja mais fácil nada falar, não pensar em certas coisas, ou pelo menos fingir que não pensa, fingir que não sente, fingir que está tudo bem e se apegar àquele discurso covarde: “eu tentei, fiz de tudo, mas não consegui”... Talvez pudesse mesmo ser fácil desse jeito. É... Talvez...  Isso se quando você encostasse a cabeça no travesseiro não viesse aquela sensação desesperadora de estar perdendo o melhor de você, de estar cada vez mais longe da sua essência. Isso se quando fosse só você com você mesmo não se sentisse completamente perdido, esmagado por teus medos, numa vida sem sentido... Talvez pudesse ser possível se não “sobrasse tanta falta” dentro do seu peito, se não faltasse tanta verdade nos teus dias. Se não sobrasse tanta falta de atitude. (Algo de mentira nunca vai admitir história... E onde está a verdade daquilo que você vive agora? Nunca houve... e o que era insuportável, estranhamente se mantém...). Até quando se pode agüentar o que já não se suporta? Até quando  obrigações podem ser maiores que sentimentos?  Até quando se resisti ao que te arrebenta o peito? Até quando o limite do insuportável se sustenta? Quanto tempo mais para que você, de fato, ouça? Quanto tempo ainda pra que você realmente escute?  O que grita teu silêncio e o que nossas palavras agora calam!( a canção mostra e você não vê, o coração pede e você não entende...). Até quando vai deixar de viver a verdade do que sente? Até quando vai conseguir mentir pra si mesmo, se perdendo de você? A frustração terá que te arrastar feito um furacão até que não sobre mais nada? Só a falta de você mesmo? Quantos sinais mais você precisa pra que entenda que só quando nos vemos inteiros no outro, que só quando o olho no olho acontece sem medo, que só quando falamos sem meias verdades, que só quando o coração dispara e o corpo todo espera é que sempre fará  valer a pena. Destino que se cumpre na pele, desejo onde o acaso não existe e dúvida nenhuma há. Só a certeza daquilo que você sempre esperou e sabia que assim seria no exato momento que acontecesse. A cumplicidade imediata de uma intimidade que só quem sente o outro por inteiro consegue entender. Algo que transcende distâncias, motivos e mágoas. Algo como prece de anjo, como sopro de um sonho bom, como tua verdade mais inteira. Coisas do fundo mais fundo da tua alma, e que nada de fora(coisas que só com os olhos se vê) pode mudar. É uma crença maior daquilo que pulsou dentro da gente naquele instante em que tudo passou a fazer sentido pra nós (aquele primeiro instante em que você me olhou e eu me vi ali completamente tua, inteiramente dentro de você)  O arrepio antes mesmo do toque, a febre, o beijo... invadindo, pulsando...!  E cada desejo se encaixou, e todo o resto não importou, e cada promessa se cumpriu (mesmo antes que nada disséssemos). Sem pressa! Quando nenhuma dúvida existiu, e o mundo todo parou, sem erros ou enganos! Momento perfeito,  instante que permanece... e grita dentro da gente,  mesmo com todo esse silêncio...!

domingo, 8 de janeiro de 2012

O beijo que nunca acabou...

Sim, o beijo. Na sua boca úmida, com aquele gosto de maçã verde. É o beijo. Do primeiro ao derradeiro, todos eles foram um só. Aos pedaços, em episódios, violentas súplicas de meu amor insano. O beijo, ah seu beijo, no gosto, no tato, na emoção, o paroxismo soberbo de nossa paixão. Na minha mão em seu rosto de pêssego, no balé de suas pálpebras, nos contornos de sua face, nas investidas de sua língua. Sim, o beijo que começou de uma forma totalmente inesperada,em um lugar tão longe, e terminou com uma melancólica despedida, horas antes de um grande salto sobre a imensidão azul. Ele, tão puro e verdadeiro, tão faceiro e sensual, tão honesto e carinhoso, tão puto e imoral. Esse longo beijo de sorriso, de tesão, de bom dia, boa noite, de oi, ou até mais tarde, foi meu guia e companheiro, minha luz e escuridão. Ah, meu amor, o beijo. Sim, o beijo. Pela manhã, pela tarde, na madrugada, na alta noite, na calçada, no carro, no shopping, no bar, escondido, às claras, no mercado, ah, que beijo. E aquele no sol com sono, o de luar, aquele atirado com as mãos e também um outro, tão fugaz, de boa sorte. Que beijo, Pequena. Todos eles, apenas um. Sem-vergonha, endiabrado, adocicado, pedindo desculpas, de gratidão, de solidariedade, de carinho, compaixão. Sim, o beijo, meu amor. De todos que se dão, assim, por aí, não trocaria sequer por aquele que lhe atirei com a palma de minha mão.  Sim, o beijo, que me destes, ainda o sinto, com todo seu sabor. Sinto sua textura, seu calor, sua formosura, sua ternura. Sinto-o ao vento agora, ou quando vejo o mar, ou piso na areia, ou caminho na margem do rio. Sinto-o passeando com os olhos tristes pela janela de meu carro, no céu alaranjado, no cheiro de terra com chuva. Sinto-o, assim, do nada, sinto-o, ainda, assim, em tudo. Apenas um beijo, sim, um beijo que nunca acabou!

MORTE

Às vezes eu busco botar um pouco de felicidade em mim. Ouço uma música, vejo um filme, leio um livro. Mas parece que sempre existe algo aqui dentro que atrapalha todo o plano, que me faz lembrar que a tristeza é regra, e não exceção. E assim um texto novo brota, fruto de uma inspiração que eu adoraria não ter. E com ele vem a saudade, a ausência, a angústia – só não vem você, seja lá quem você for. Nunca sabemos, não é?

Reluto, insisto, paro de escrever. É quando vejo que há uma parte do que eu sou que precisa sair, e as palavras são a maneira que encontrei para isso acontecer. 

É sempre assim.

Não sei se porque as lágrimas já rarearam, não sei se porque os suspiros já silenciaram. 

Talvez porque a sua voz eu nunca (mais) ouvi. 

Eu só sei que escrevo. Não aprendi a dizer.

E no papel encontro o remédio para a solidão que eu cansei de sentir.

sábado, 7 de janeiro de 2012

EU NÃO

Eu poderia ficar horas só olhando você dormir, escutando sua respiração, sentindo seu coração.
Eu poderia ficar dias ouvindo você conversar, ouvir você falar sobre o que sente ou o que quer.
Eu não me importaria em cuidar de você se estivesse triste, ou em ficar brava porque você não fez a coisa certa.
Eu te amaria todas as noites se você deixasse, eu cantaria pra você dormir, eu te esquentaria nas noites frias, eu seria sua só sua, eu não me importaria com as outras pessoas, eu cuidaria do seu coração com todo o carinho permitido. Eu ficaria feliz em te ter, nem que fosse só um pouquinho, ou todas as noites, eu te daria beijos de boa noite, até contaria historias pra você dormir, eu seria a pessoa mais feliz do mundo se você deixasse eu cuidar de você.

Eu não me importaria em acordar todas as manhãs com um milhão de beijos, não ficaria chateada nos dias em que eu acordasse primeiro que você e tivesse que te um monte de beijos para te acordar.
Eu não me importaria de ao ver seu despertar. Não me importaria em ver teu olhar despertando e seu sorrir, aquele sorriso com o tom "eu quero dormir". 

Eu não me importaria de que quando você estiver com medo tu encontrasse força na minha mania de rir de tudo. E, quando estivesse rindo de tudo, encontrasse na minha neurose um pouco de chão.
Eu não me importaria em fazer você se sentir especial e amada. Não me importaria de quando quisesse se sentir tu me procurasse, ligasse para eu te fazer sentir tudo isso.
Eu não me importaria de que quando tu estivesse longe querer ouvir minha voz pra se sentir perto de mim

Eu não me importaria de quando você se estivesse em um momento de solidão e pensasse em alguém esse alguém fosse eu. Nem que seja para chorar ou para ter algum pensamento mais safado.
Eu não me importaria de fazer planos e ficar do teu lado sempre. Não me importaria com teu ciumes e saberia trabalhar com isso. Não me importaria em ter você do meu lado, em estar do teu lado.
Eu não me importaria.

Mas como isso não é possível, eu me contento em ficar te olhando. Me contento em ficar te cuidando de longe, te olhando.

Eu posso, eu quero e eu vou esta aqui de manhã, se você pedir para eu ficar.

Rumo ao nada

"Jurei mentiras e sigo sozinho." ("Sangue Latino", Secos & Molhados)
Ele pegou a primeira curva e se foi, sem pensar. Andava com uma segurança que lembrava os tempos em que as certezas inundavam seu ser e qualquer encruzilhada não era mais do que uma simples armadilha que levava a dois caminhos certos. Respirava forte, olhava firme. Mas seu coração tremia. Tremia como se o inverno tivesse finalmente chegado às suas entranhas, como se o fogo que o movia por paixão tivesse simplesmente se apagado. E talvez fosse isso mesmo, anúncios tantos que já tinha tido de que um dia chegaria aí.

A verdade é que era fácil enganar. Quem olhasse não diria que era um derrotado, mestre que era em maquiar as pequenas chagas que a vida deixava ao longo dos anos. Alguns poucos poderiam dizer que ninguém caminhava tão certo assim, mas nada que o levasse a duvidar de sua personagem. Afinal, nada além do seu quarto testemunhava suas fraquezas, e, por sorte, ele não podia delatar as veias solitárias de seu ocupante. Cauteloso, até apagava as luzes e chorava baixinho - era melhor minimizar os riscos. Mas agora era o depois da curva, estrada reta e certeira. E ele não seria mais inexato para ninguém.

Não à toa escolheu não ter chegada para a sua partida. Qualquer porto seguro poderia estragar seus planos. Que se desse a travessia, por fim.
Eu queria ter te dito a palavra mais doce. Queria ter te dado o abraço mais apertado, o beijo mais carinhoso, o afago mais adequado. Queria ter olhado nos seus olhos sem medo, ter revelado meus pensamentos mais bobos, ter sussurrado palavras sem sentido. Queria ter cantado aquela música que sempre foi nossa, ter dado um sorriso pela sua felicidade, ter tido aquele seu sorriso que me trazia felicidade. Queria ter enxugado suas lágrimas na hora que escorriam, ter soluçado no seu peito por estar angustiado, ter desabafado por agir sempre errado. Queria ter sentido mais vezes o seu cheiro, ter visto mais filmes abraçado, ter dormido ao seu lado. Queria ter contado estrelas com os dedos, ter escrito poesias inadequadas, ter ouvido você respirar e pensar como era bom estar vivo ali. Queria ter tido mais almoços, jantares. Queria ter preparado o café da manhã, ter tomado sorvete de fim de tarde, ter bebido vinho de madrugada. Queria ter sabido o que você sempre deixou óbvio, ter dado o presente no dia certo, ter ligado quando era hora. Queria ter a consciência de que ainda era tempo, ter a decência de não fugir do erro, ter a sabedoria para não insistir quando já é tarde. Queria ter dito como eu gostava de você, ter mostrado como você era a pessoa certa, ter revelado como eu era uma tola por não reconhecer isso a você, e sempre guardar comigo. Queria ter dado o meu melhor por saber que tinha o melhor de você. Queria ter segurado a sua mão e falado o quanto eu precisava de você, ter pedido ajuda para não sumir, ter sido sincera e não precisar me envergonhar. Queria ter deixado você ser a única, porque de fato era, e não temer isso como uma adolescente que não sabe o que fazer quando começa a ...quando começa... quando começa a sentir tudo isso. Queria não ter perdido a esperança de que você ainda estaria aí, ter de volta a sua vontade de estar comigo para o que fosse a vida juntos. Queria ter berros, suspiros e suas mãos entre as minhas. Queria ter prometido que faria você feliz e ter a oportunidade de ter cumprido. Queria ter feito você se sentir especial como era. Queria ter saído do meu mundo para criar o nosso e de mais ninguém. Queria ter sido clichê para poder reinventar, essa coisa que todos chamam de, "o amor "ao seu lado. Queria voltar e ser feliz. Porque eu só queria ter sido eu como deveria ser para você para você ser para sempre o que eu queria para mim. E fim.
O que você faria se não tivesse medo? Jogaria tudo para o alto e mandava o foda-se para o mundo? E se eu te passasse segurança para fazer isso ainda sim teria medo?
Essas perguntas visitava sua mente de minuto em minuto, em uma repetição enlouquecedora. 

Procurava centenas de respostas, mas, no fundo, já sabia. 

"Arriscaria para ser feliz". 

E foi assim que resolvi. 

O amor não tardaria em se concretizar.