Às vezes eu busco botar um pouco de felicidade em mim. Ouço uma música, vejo um filme, leio um livro. Mas parece que sempre existe algo aqui dentro que atrapalha todo o plano, que me faz lembrar que a tristeza é regra, e não exceção. E assim um texto novo brota, fruto de uma inspiração que eu adoraria não ter. E com ele vem a saudade, a ausência, a angústia – só não vem você, seja lá quem você for. Nunca sabemos, não é?
Reluto, insisto, paro de escrever. É quando vejo que há uma parte do que eu sou que precisa sair, e as palavras são a maneira que encontrei para isso acontecer.
É sempre assim.
Não sei se porque as lágrimas já rarearam, não sei se porque os suspiros já silenciaram.
Talvez porque a sua voz eu nunca (mais) ouvi.
Eu só sei que escrevo. Não aprendi a dizer.
E no papel encontro o remédio para a solidão que eu cansei de sentir.
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