quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

???

Hoje é dia em que estou,na verdade, nem sei se “estou”. Se estou aqui ou aí. Por que será que há dias que nada parece existir, e tudo parece se perder?
Nem eu, nem você. Nem “sou” ou “estou”...

Hoje é dia que leio e releio. Procuro e não encontro. Dia em que me afogo em versos perdidos em rimas sem sentido. Sonhos desconexos, sentimentos incontidos...

Hoje é dia em que me ensaio, dia em que palavras se tornam prece (silenciosa), algo que você (pré) sente, e nem ao menos entende, não consegue descrever.Mas, eu precisava tanto... Precisava tanto reter o encanto... e te dizer, mas estranho, as palavras já não me são tão fáceis nesse momento. Estranho nada! Há muito que já não sei o que te dizer (o que poderia te dizer que já não tenha dito?), mas sei lá... ainda assim queria... (quero, preciso...). Hoje eu queria, precisava te falar, tentar ao menos, e te escrever para quem sabe te fazer entender, mas entender o que? Escrever o que? Já nem sei mais...

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Perdendo o controle

Que sentimento é esse que abala todas as minhas estruturas? Que tipo de encanto você tem que me deixa dependente do seu sorriso mais do que qualquer coisa? Qual foi a magia que você usou pra me enfeitiçar e te deixar em um lugar do meu coração que estava totalmente fechado? O que você fez comigo? Porque você chegou e roubou um pedaço de mim, e no lugar deixou um pedaço seu, que grita de saudade toda vez que você se vai? Você selecionou milimetricamente onde se instalaria e parece não se saber a bagunça que esta aqui dentro. Você me transforma. Você me dá medo, porque eu nunca achei que desejaria tanto alguém como eu desejo você. O principal medo é o de perder. O meu sorriso não se abre com muito mais facilidade com você longe.
Eu até queria não pensar em você, mas só de imaginar um minuto sem você dominando a minha mente meu coração se tortura.
Você que é tão única e eu que sou tão singular. É mais um vício, que fugiu totalmente ao meu controle e muitas vezes me domina.
Aquela menina sempre tão fria está começando a se derreter, e isso é perigoso. Perigoso como tudo em você, desde o seu sorriso viciante até os beijos terrivelmente irresistíveis. Um perigo que eu não consigo mais evitar e que eu acabei gostando. Estou me entregando e isso me trás uma paz tão grande Foi talvez a pior escolha.. mas não tem volta. 
Me joguei no precipício do seu olhar e não achei saída. Não quero a saída, não quero que me tirem daqui.
Existe dentro de mim um monstro que me controla e me faz ser essa insuportável de sempre, mas que adormece ao ouvir a sua voz e conviver contigo. 
Como suas mãos se encaixam nas minhas. Borboletas que se instalam no meu estômago e reviram tudo.
E o tempo. Tempo que cura e que machuca, que aproxima e que afasta. Tempo que vai dizer o que está errado e consertar tudo que faz mal. 
Tempo que me fez conhecer todos os seus mistérios e me deixou encantada pela sua loucura. Loucura minha e sua, loucura nossa. Não uma, mas várias. Cada vez mais desconexas pela falta do tal tempo e ganhando força na distância física dos nossos corpos.  Suas manias e defeitos que me fazem te querer mais e mais, seu jeito de surpresa que me fascinou desde o primeiro beijo. Te odeio porque você mexe com o meu coração e eu não quero, e assim você provoca uma intensa luta interna entre o lado que te deseja e o outro que não quer se entregar... e não quer por puro medo, mas é incontrolável isso.
Porque a maioria das minhas forças estão concentradas em não te deixar penetrar mais fundo em mim, porém eu não consigo lutar contra isso, acho que já perdi as forças e estou deixando a maré me leva. Como você consegue me desestruturar dessa forma? Isso me deixa nervosa, inquieta, assustada... porque só você tem esse efeito sobre mim?.
Sim, essa garota fria e sem coração, essa garota distante e que não consegue se envolver se encontra totalmente perdida e com um desejo enorme de se entregar. É por isso que eu tenho medo. Porque eu não gosto de ninguém, e você acabou com toda a minha distância do mundo dos sentimentos, e de você eu gosto. Gosto do seu jeito estranho e da sua risada gostosa, gosto do seu sorriso bobo e do seu jeans escuro. Eu gosto até das suas brincadeiras que não tem graça, mas me fazem rir e me tiram da monotonia de sempre. E eu, completamente forte e que aguento de tudo um pouco, me rendo você. Quem é você? Porque fez isso comigo? Me devolve para me congelar- me novamente, por favor, isso é o que faço de melhor.
Não some de mim, porque a sua ausência seria o pior dos venenos. Pior do que o meu próprio veneno. Pior do que o seu veneno que já está impregnado em mim. Eu confesso que tenho que me controlar pra não sair correndo e te encontrar em qualquer lugar e te fazer enxergar que eu estou aqui, por você. 
Te mostrar que cada dia que passa eu te quero mais, mais e mais... e em cada noite fria eu desejo seu corpo junto comigo.
Eu já tentei descrever você de milhares de maneiras mas nenhuma delas é suficiente. Já tentei expressar meu sentimento mas ele muda e cresce a cada respiração. 
Realmente, acho que agora eu me torno a pessoa mais clichê e repetitiva do mundo, mas escrever é a forma que encontro para não jogar tantas expectativas ao vento, deixar tudo isso passar em branco, deixar tantos sentimentos mudos dentro do silencio que me toma.

Ciúmes

Eu sei que escolher demais é errado, todo mundo sabe. Mas quando eu me apaixonei, eu fiquei reparando os mínimos detalhes, desde a forma de se vestir, cortar o cabelo, até a forma de falar. Talvez, tenha me apaixonado por bobagens, por uma risada que eu não gosto, um tipo de roupa que eu não curto, uma banalidade qualquer, porém bobagens essas que fazem eu parar e sorrir sozinha, fazem eu querer aproveitar essas banalidades todas. Mas ai vou acumulando escolhas, colecionando erros. Erros como sentir ciúmes dessas pequenas coisas que eu não suporto, entretanto me fazem um bem enorme.
Eu tenho ciúmes sim. Que dizer, ás vezes eu tento esconder, juro que tento, mas é mais forte do que eu, muito mais forte e não consigo controlar tudo, pelo menos não mais. Ter a sensação de que por um segundo a pessoa com quem me importo pode/vai estar nos braços de outra pessoa é aterrorizante. Eu queria poder, melhor, fingir não me importar, ou ainda não  me importar de verdade, mas por mais que eu diga "vai lá com ela", o que eu quero mesmo é que você me abrace e prometa que ninguém no mundo vai poder tomar meu lugar, lugar esse que nem é meu. Sabe, não é egoísmo, ou é, ou é puro e simples egoísmo eu querer que os seus melhores momentos seja do meu lado. Não é que eu queria você só para mim, não é isso... é medo. Medo de ver você feliz sem mim. Medo de não ser o suficiente para você. Medo de ser "substituída, trocada, deixada pra trás". Medo, é só medo. O que posso fazer? Não quero te perder.

Pequenas coisas

E do que recordaremos após 50 anos? Do que será feita nossas vidas? Lembranças grandiosas de momentos pequenos que se sobressaem em meio a tantas lágrimas e desgostos. Aquelas risadas bobas que não conseguimos conter, um olhar no momento certo e da pessoa certa, quando voltamos a ser crianças por 5 minutos. É, justo aqueles momentos que na hora passam despercebidos. Passamos tantas horas de nossas vidas procurando grandes motivos para sorrir e até para viver, em diversas vezes pensamos que não somos felizes e que nunca seremos, mas quase nunca paramos para reparar nestas pequenas coisas que acontecem todos os dias. Pois então sorria com elas, festeje com pequenas conquistas, comemore pequenas ocasiões, porque no final, são as pequenas coisas que farão a diferença para nossa alegria.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Quero

Quero estar...

... não só na tua mente, quero não só te fazer pensar, um momento imaginar...!  
Quero mais, eu sempre quero mais! 
Quero todos os teus pensamentos, cada momento teu.
Quero estar na tua mente, no teu corpo, em tudo que sentes. 
Quero ser teu fogo, tua fonte e teu afago, te dar de comer, inundar a tua sede.
Quero respirar na tua pele, pulsar no teu íntimo.  
Quero o que há de mais inconfessável nos teus sonhos, do teus segredos mais impuros, o que há de mais secreto nos teus desejos, o que há de mais sacana na tua boca...  Dos teus pecados o que há de mais santo, o  mais profano das tuas virtudes.
Quero ser a insensatez da tua lógica. Da tua loucura: a lucidez! Da tua timidez: a audácia! Da tua calma: a pressa! Do teu normal: o insano! 
Quero ser o teu contraste, tua verdade e teu disfarce, teu passo e teu impasse, teu porto e tua fuga, o teu sol e tua lua, teu dia e tua chuva, teus caminhos e teus desvios... tua reta, tua rota, tuas ruas e tuas curvas!
Quero estar no que há de mais fundo do teu corpo, no que há de mais dentro de você...
Quero todos os teus sentidos, cada gemido teu. 
Quero teus plurais, te quero inteira,irregular... escravo-no comando, altivo-submissa, de joelhos, me dobrando, me domando, TODA MINHA!
De mim quero apenas o que permanece de você...Meu corpo eternamente marcado por tuas mãos... Teu cheiro em mim...!

domingo, 22 de janeiro de 2012

Porque?

Por que se apaixonou por ela? Perguntava-se sempre. Bem, ela era bonita. Não! Mais que isso. Era linda! E tinha o sorriso mais claro que um dia já tinha visto. Poderia ter sido pela beleza aberta, displicente e leve que ela tinha, ou pelo riso fácil, ou pelo jeito gostoso de menina que corre pro mar e se encharca de sonhos, gargalha por nada, e faz do nada o seu tudo, se lambuza do mundo! É... poderia ter sido por todas essas coisas, e talvez tenha mesmo! Mas, havia ainda aquele olhar... E o jeito como ela olhou naquele primeiro instante... Ela a trouxe inteira pra dentro daquele olhar... Olhar doce de mistério e magia. De um desejo confesso. Sem disfarces! Não nega, se entrega! Mas, não era só isso, havia algo mais... Um misto de pecado e ternura, mansidão e loucura. E não foi, pelo modo como ela a puxou pela cintura, a trouxe para o seu cheiro e sussurrou ao seu ouvido palavras úmidas. Jura também, que não foi pelos corpos colados, e as mãos dela deslizando pela fendas da sua alma e vestido, e o calor da pele-poro-pêlo-arrepio. Ou porque se apagaram todos os medos e estrelas se incendiaram num céu aberto de possibilidades (infindáveis e todas). Ou pelas borboletas no estômago,  sinos tocando no momento do beijo, o frio na barriga, o coração disparado, as mãos suadas e as pernas bambas,  todos esses clichês e tantos outros que não me ocorrem agora...,  todas essas obviedades próprias de um instante como esse, em que a gente fecha os olhos bem forte e pede baixinho pra que não acabe nunca mais. Mas, ainda assim, talvez não tenha sido por tudo isso (não só...).  Não só pela noite maravilhosa e por todas as outras que se seguiram (puro poema). Mas, pela manhã seguinte em que ela a envolveu nos seus braços, e o mundo coube todo ali dentro da  ternura daquele abraço. Por isso, por tudo e por mais! Por todas as manhãs em que ela sorrindo lhe traz o sol de presente e a olha demorado e fundo, como “naquele primeiro segundo daquele primeiro instante”, e ela ainda se vê lá, no fundo daquele olhar...

Mar dos amores

Quando ela apareceu e ele se viu completamente perdido, o universo parecia comum. Havia sol, havia árvores, havia vida. Só não havia ar. E então ela foi entrando, tomando conta, arrastando tudo como uma vaga do mar em tardes de inverno. A ele, apenas restava tentar colocar a cabeça para fora d'água e respirar, já que ir contra a correnteza de nada servia. Por isso, acabou se deixando levar e, quando viu, não podia manter mais os pés em terra firme. Enquanto isso, ela parecia sumir e voltar, seguindo a intensidade do oceano. Ali, o mundo era mudo. Ali, o coração era surdo. Às vezes ele tentava nadar em sua direção, crendo que era possível chegar até ela. Porém, o esforço era inútil, e o mar cismava em a deixar longe demais. Então ele saía da água, querendo fugir, mas descobria que o frio que fazia lá fora era mais do que podia suportar. E assim seguiam a luta; ele, nadador desesperado; ela, porto inatingível. Alguns diriam que havia poesia nesse bailar. Outros, que havia somente esforço inútil para não se afogar. Mas a verdade é que, enquanto ela se afastava, ele continuava a insistir. E cada braçada que dava no mesmo lugar não era um esforço para avançar – era apenas a vontade de a trazer até ali, sonhando com o dia em que a maré pudesse virar.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Meu silêncio

Não te direi tudo que sinto.Não te direi do meu silêncio.Não te direi da minha dor.Não te direi que vai passar.Não te direi que te sinto perto.Não te direi que andei distante.Não te direi do instante que te preciso.Não te direi que te preciso a todo instante.Não te direi que  te quero agora.Não te direi que irei embora.Não te direi dessa inquietude da pele.Não te direi desse corpo vazio.Não te direi desse frio aqui dentro.Não te direi das promessas que ficaram atrás da porta.Não te direi das palavras frias.Não te direi dos sentimentos do lado de fora.Não te direi daquele dia.Não te direi que minha alma quer recostar em teu peito.Não te direi que meu peito espera teu jeito.Não te direi dos meus medos...Não te direi que conheço seus desfechos.Não te direi que te enxergo crua.Não te direi das tuas razões.Não te direi das minhas dúvidas.Não te direi que às vezes tudo parece desandar...Não te direi que tantas vezes tudo vem "ao revés do peito,ao reverso do espelho, ao avesso das mãos"...E, sobretudo, não te direi do amor.Não te direi dele, não!Não te direi que ele supera e espera.Não te direi que ele cura qualquer dor.Não te direi de milagres e sonhos. Não, não te direi do amor.Não te direi aquilo de que já sabes e que teu corpo conhece de cor...!
Para não sofrer decidi silenciar, deixar as palavras morrerem dentro de mim, resolvi que... não resolvi nada, nunca resolvo. Só decidi que não falaria mais nisso, como se não falando não pudesse mais pensar, não pudesse mais sentir... SILÊNCIO... sou eu quem estou optando por ele. Eu que já quis tanto as palavras, agora já não quero mais nada, não quer falar, só quero ouvir. Agora é só SILÊNCIO, é só um MOMENTO... Momento preso no peito, momento desfeito no jeito torto de demonstrar  que eu te quero, momento em que a garganta tola  ainda arranha um soluço mais tolo ainda, momento de um sussurro morto em que o coração se arrebenta, mas não deixa sair...!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Francine... linda, gostosa!

Estava em um daqueles dias em que eu nao queria nada, e ao mesmo tempo eu que eu queria tudo. Queria qualquer coisa (qualquer coisa que nem precisava ser boa, nada daquela coisa bonita que tanto desejava), podia ser qualquer coisa, sem jeito, sem tempo ou razão, uma coisa estranha, uma coisa esquisita. Sem cor, sem cheiro, sem pele, sem nome, sem forma, não importava. Qualquer coisa mesmo! Desde que não me fizesse sentir a garganta travada, no peito um buraco. Qualquer coisa que não me fizesse desejar o que mais tinha medo.
Ai, nesse dia eu encontrei o que procurava (mesmo sem saber ao certo o que queria). Porém, era mais do que eu esperava, mais linda do que qualquer coisa que já tinha desejado, não era qualquer coisa, tinha jeito, era boa e me vazia ser melhor, tinha tempo, razão, não era estranha, muito menos esquisita. Tem cor, cheiro, pele, nome, forma e isso tudo não sai de mim, então tudo isso começou a ter importância. Me fez sentir a garganta, o corpo, as mãos, a boca, o corpo travar,tirou o buraco que tinha dentro de mim. Me fez desejar tudo o que repudiava até o determinado momento. 
Não me sinto tão frágil como pensei que era, o frágil vem antes da quebra, e eu não consigo quebrar como antes.
Pedaços, era como eu me sentia, talvez por não ter sentindo nada comparado a isso, nada igual. Descobri que tudo pode ser perfeito desde que eu tenha cada vez mais dos teus carinhos. Que seu abraço contorne me protegendo, e seu olhar sempre me faça sorrir. Que suas mãos não soltem as minhas em hipótese alguma, e que possa sempre vir a te proteger, confortar, tirar entre seus lábios um sorriso, uma gargalhada. Que o seu calor se una cada vez mais ao meu, e que não tenha espaço pra que ele se esvaia. Que o seu perfume não saia das minhas roupas, e que o gosto dos seus beijos permaneçam em meus lábios. Que não haja medos, que não haja os MEUS medos,muito menos despedidas. Que seja eu, que seja você.
De repente, tudo toma cor, forma... tudo que eu não desejava, mas que de alguma forma eu sempre queria. 



terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Confesso

Difícil não é saber o que sinto, sempre soube, desde o primeiro momento, um único instante e aquele “sentir” tomou conta de mim, foi completo e inteiro desde a primeira vez (me deu medo, só isso)... Mas, se de início já era tão forte, tão intenso... com o passar do tempo foi se tornando gigantesco, e hoje, me vejo assim completamente entregue a esse sentimento, e isso me assusta,me assusta MUITO, confesso... Hoje, sou alma despida, peito aberto, corpo exposto, coração tá querendo gritar... Mas, ainda falta tanta coisa, talvez ainda não seja a hora, talvez esse sentimento possa, mesmo sem querer, sufocar... Ainda preciso aprender a lidar com isso. Absorver, viver os sentidos...sei bem o que quero, e, hoje, tenho a certeza, que esse “querer” me conduzem, invariavelmente, até você... porque hoje sei(sempre soube) que você sente o mesmo, por isso não quero frear, não quero dar um breque nesse sentimento, não queira também, não tenha dúvidas da intensidade do que sinto, apenas preciso aprender, descobrir... Ainda me falta aprender certas coisas... “Ainda falta descobrir a serenidade, dominar a ansiedade. E, aprender a esperar, ainda falta me pacificar, deixando o coração ficar mudo, ainda falta aprender quase tudo...”, Mas, esse “tudo” quero, agora, é aprender com você... Então, vem... "tanta coisa nos espera"... Estou esperando por você...


Esperando por nós ...

Fragilidade, tão eu!

Horas existem na vida da gente em que tudo se intensifica, horas estas em que estamos tão frágeis que a mínima coisa, e aquilo que talvez não tivesse importância em outro momento, mas nesse, justamente nesse,  ganha  uma dimensão descomunal, totalmente fora do normal, e  nos deixa completamente tristes... Talvez seja a fragilidade deixada por uma saudade, fragilidade refletida no desejo interrompido, fragilidade sentida no “detalhe” não percebido, fragilidade até egoísta, fora de hora, sei lá... Mas, de toda e qualquer forma, fragilidade... Fragilidade do corpo que desaba, fragilidade da lágrima que rola, fragilidade do pensamento que não consola, fragilidade de algo que não acaba... fragilidade da alma que se esvai, do coração que aos pouco se vai... Fragilidade que deixa sem rumo e nos deixa na contramão, fragilidade que mergulha fundo e nos pega em cheio, bem no meio, dentro, no centro... da nossa solidão...! E o que fazer então? Talvez sentar e esperar, encolher o corpo, recolher a alma, e esperar...

...Esperar que isso tudo passe, que algo mude de novo dentro da gente, esperar que tudo volte a ser verdadeiro, esperar que nada nunca mais seja pela metade, acreditar que dessa vez tudo será por inteiro: alegria, tristeza, que seja, sorriso, lágrimas, dor... mas, sobretudo, e acima de tudo o  AMOR... ! AMOR POR INTEIRO, AMOR VERDADEIRO, AMOR DO ÚNICO JEITO QUE PODE SER... AMOR... EU E VOCÊ...! Mas, se o amor existe, por que será que às vezes não basta? Por que assim, de repente,tudo se fecha a nossa frente e nos torna tão frágeis?  Onde está o problema? Certamente, não é na falta do sentimento, que sabemos existir, não é pela falta, talvez pelo excesso, excesso de amor, excesso de querer, excesso de sentir... Melhor, então, dar um tempo, e esperar... esperar a calma, esperar a alma, deixar o coração voltar, deixar o corpo, na hora certa, se encontrar, e  acontecer de novo em você...! Talvez só baste um gesto, uma única palavra, ou quem sabe apenas um olhar? Ou quem sabe simplesmente tudo aconteça, tudo passe tal qual como veio, e entre as pernas que agora abraço, na fragilidade que me enlaço, me chegue você, sem receio, me pegue pela mão, reavive o coração, e num beijo, entre meus seios e seu peito, apenas o desejo, e o amor feito no toque das mãos...! 


sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Quando sonhos adormecem não há como despertar estrelas.E de repente tudo fica tão distante... 
Porque tantas coisas nos escapam?
Porque fugimos tanto do que somos?
Porque deixamos passar o instante?

Porque cobramos confiança e duvidamos de nós mesmos?
Porque buscamos certezas e abandonamos crenças?
Porque pedimos desculpas pra poder voltar a dormir?
Porque falamos em perdão sem pensar, de fato, na redenção?
Porque queremos asas e nos detemos em abismos? 
Porque buscamos flores e desfiamos espinhos?
Porque esperamos chuva mansa e  provocamos tempestades?
Porque procuramos sol e cuspimos trovões?
Porque pedimos calma e desencadeamos terremotos?
Porque fazemos promessas e tecemos impossibilidades?
Porque esperamos o toque e contemos a pele?
Porque queremos música e compomos silêncios?
Porque buscamos leveza e nos tornamos rocha?
Porque ensaiamos pétalas e desperdiçamos rosas?
Porque abrimos caminhos e impedimos o acessoo?
Porque almejamos céus e negamos sonhos?
Porque queremos presença e cumprimos distâncias?

Porque detestamos ausências e impomos solidões?
Porque desejamos noites de lua cheia e esvaziamos corações?
Porque cobramos afeto e desaprendemos o gesto?

Porque queremos que o outro seja o que frequentemente não conseguimos ser?
Porque me faço tantas perguntas se sei que nunca vou encontrar respostas? E mesmo que encontre nunca vou aceita-las. 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

"...preciso tanto aproveitar você..."

To com saudade do teu cheiro na minha pele. Saudade de arder na tua febre quando tua boca me põe louca, teu suor invade meus poros, tua língua explora meu corpo e teus lábios me fazem amor...  Saudade da tua voz sussurrando no meu ouvido, arrancando minha roupa, me arrepiando inteira quando me puxa para você, me deixando nua no momento em que queimo no teu beijo,  me afogo no teu fogo, mergulho no teu gosto, arranho minhas costas,  e sussurro que sou tua.
Saudade de dormirmos agarradas, acordar no teu toque, na música que nos desperta, no instante em que me vejo nos teus olhos e o desejo arde de novo em nós... Saudade da canção que brota gostosa da tua boca, do tom dos teus olhos que muda conforme você sorri (cor de mel quando você está séria, mais verdes quando está feliz), do timbre da tua voz me arrepiando,  do teu coração no ritmo do meu corpo quando te enxergo por dentro e você me olha tão fundo e me canta o amor. Saudade de tudo que me faz lembrar você.Saudade do mundo inteiro cabendo aqui no meu quarto quando você na minha cama está, me amansa na tua loucura, me enlouquece no teu cheiro, na hora exata em que te caço entre lençóis e me derramo nua em teu suor. Saudade do teu sorriso, aquele que torna tudo mais fácil, num instante de ternura única, que não sei bem o porquê você parece querer esconder (teu sorriso revela o teu lado mais bonito). Saudade até do teu mau-humor quando quero conversar e não deixo você dormir. Saudade de ouvir você corrigindo a pronúncia do meu inglês que eu nem sabia ser inglês (rsrsrs), saudade de corrigir os pequenos deslizes do teu português. Saudade de cada detalhe da nossa história, do que fomos e de tudo que ainda podemos ser. Memória do que está por vir. Saudade do que não aconteceu (ainda!). De pegar a estrada pra praia ouvindo Adele (foi a primeira coisa que me veio a cabeça). De pão de queijo no Hotel Fazenda. De fazer amor, na serra,  em frente à lareira. Da casinha na montanha, no mato, na cidade ou no campo (com você em qualquer lugar). Do fogão à lenha, do melhor feijão que você já comeu na tua vida (aquele que vou aprender a fazer só pra você). Da nossa cozinha e da varanda. Do jardim,  cheiro de mato e lavanda, e o melhor cheiro: o teu!. Do periquito Ludovico e do papagaio Gervásio (rsrsrs). Do beija-flor todas as manhãs na nossa janela. De ouvir e aprender a amar Beatles. Deitar na grama e  contar estrelas, pular amarelinha, soltar pipa, jogar bola, ralar o joelho, rolar no chão. De ser cúmplice dos teus atos, descobrir o mundo na ternura do teu abraço. Ser  o motivo do teu riso, a rotina da tua pele, a promessa dos teus olhos, a proposta da tua boca, a resposta do beijo. Pulsar no teu íntimo... Fazer do teu lugar o meu... Por tudo isso, pelo que eu sinto e que sei você sente também. Por você, por mim, é que te ensaio um poema, arrisco na rima, me perco no verso. Só para te dizer dessa saudade. Pra te falar o quanto você me faz falta, do quanto te quero, pra te mostrar que não é a ausência de afeto o que há, talvez o que sobra dentro de nós morra um pouco no gesto falho, na entrega pela metade, nas palavras repetidas, no silêncio egoísta, do medo de ser nós mesmos, de expor nossos defeitos, e de repente descobrir que em meio a tantas diferenças somos tão iguais...Sinceramente não sei. Só sei que não quero desistir, quero continuar tentando, descobrir o jeito certo do teu jeito se encaixar no meu. Porque estamos apenas começando. Porque não quero deixar que se perca em mim o desejo de permanecer em nós duas.
E eu escrevo... Mais uma vez... Nem sei por que ainda insisto,  tanta coisa já foi dita, mas quanto mais se fala parece que menos se pode ouvir... Quem sabe, agora, só mesmo o silêncio possa ser entendido... Talvez seja mais fácil nada falar, não pensar em certas coisas, ou pelo menos fingir que não pensa, fingir que não sente, fingir que está tudo bem e se apegar àquele discurso covarde: “eu tentei, fiz de tudo, mas não consegui”... Talvez pudesse mesmo ser fácil desse jeito. É... Talvez...  Isso se quando você encostasse a cabeça no travesseiro não viesse aquela sensação desesperadora de estar perdendo o melhor de você, de estar cada vez mais longe da sua essência. Isso se quando fosse só você com você mesmo não se sentisse completamente perdido, esmagado por teus medos, numa vida sem sentido... Talvez pudesse ser possível se não “sobrasse tanta falta” dentro do seu peito, se não faltasse tanta verdade nos teus dias. Se não sobrasse tanta falta de atitude. (Algo de mentira nunca vai admitir história... E onde está a verdade daquilo que você vive agora? Nunca houve... e o que era insuportável, estranhamente se mantém...). Até quando se pode agüentar o que já não se suporta? Até quando  obrigações podem ser maiores que sentimentos?  Até quando se resisti ao que te arrebenta o peito? Até quando o limite do insuportável se sustenta? Quanto tempo mais para que você, de fato, ouça? Quanto tempo ainda pra que você realmente escute?  O que grita teu silêncio e o que nossas palavras agora calam!( a canção mostra e você não vê, o coração pede e você não entende...). Até quando vai deixar de viver a verdade do que sente? Até quando vai conseguir mentir pra si mesmo, se perdendo de você? A frustração terá que te arrastar feito um furacão até que não sobre mais nada? Só a falta de você mesmo? Quantos sinais mais você precisa pra que entenda que só quando nos vemos inteiros no outro, que só quando o olho no olho acontece sem medo, que só quando falamos sem meias verdades, que só quando o coração dispara e o corpo todo espera é que sempre fará  valer a pena. Destino que se cumpre na pele, desejo onde o acaso não existe e dúvida nenhuma há. Só a certeza daquilo que você sempre esperou e sabia que assim seria no exato momento que acontecesse. A cumplicidade imediata de uma intimidade que só quem sente o outro por inteiro consegue entender. Algo que transcende distâncias, motivos e mágoas. Algo como prece de anjo, como sopro de um sonho bom, como tua verdade mais inteira. Coisas do fundo mais fundo da tua alma, e que nada de fora(coisas que só com os olhos se vê) pode mudar. É uma crença maior daquilo que pulsou dentro da gente naquele instante em que tudo passou a fazer sentido pra nós (aquele primeiro instante em que você me olhou e eu me vi ali completamente tua, inteiramente dentro de você)  O arrepio antes mesmo do toque, a febre, o beijo... invadindo, pulsando...!  E cada desejo se encaixou, e todo o resto não importou, e cada promessa se cumpriu (mesmo antes que nada disséssemos). Sem pressa! Quando nenhuma dúvida existiu, e o mundo todo parou, sem erros ou enganos! Momento perfeito,  instante que permanece... e grita dentro da gente,  mesmo com todo esse silêncio...!

domingo, 8 de janeiro de 2012

O beijo que nunca acabou...

Sim, o beijo. Na sua boca úmida, com aquele gosto de maçã verde. É o beijo. Do primeiro ao derradeiro, todos eles foram um só. Aos pedaços, em episódios, violentas súplicas de meu amor insano. O beijo, ah seu beijo, no gosto, no tato, na emoção, o paroxismo soberbo de nossa paixão. Na minha mão em seu rosto de pêssego, no balé de suas pálpebras, nos contornos de sua face, nas investidas de sua língua. Sim, o beijo que começou de uma forma totalmente inesperada,em um lugar tão longe, e terminou com uma melancólica despedida, horas antes de um grande salto sobre a imensidão azul. Ele, tão puro e verdadeiro, tão faceiro e sensual, tão honesto e carinhoso, tão puto e imoral. Esse longo beijo de sorriso, de tesão, de bom dia, boa noite, de oi, ou até mais tarde, foi meu guia e companheiro, minha luz e escuridão. Ah, meu amor, o beijo. Sim, o beijo. Pela manhã, pela tarde, na madrugada, na alta noite, na calçada, no carro, no shopping, no bar, escondido, às claras, no mercado, ah, que beijo. E aquele no sol com sono, o de luar, aquele atirado com as mãos e também um outro, tão fugaz, de boa sorte. Que beijo, Pequena. Todos eles, apenas um. Sem-vergonha, endiabrado, adocicado, pedindo desculpas, de gratidão, de solidariedade, de carinho, compaixão. Sim, o beijo, meu amor. De todos que se dão, assim, por aí, não trocaria sequer por aquele que lhe atirei com a palma de minha mão.  Sim, o beijo, que me destes, ainda o sinto, com todo seu sabor. Sinto sua textura, seu calor, sua formosura, sua ternura. Sinto-o ao vento agora, ou quando vejo o mar, ou piso na areia, ou caminho na margem do rio. Sinto-o passeando com os olhos tristes pela janela de meu carro, no céu alaranjado, no cheiro de terra com chuva. Sinto-o, assim, do nada, sinto-o, ainda, assim, em tudo. Apenas um beijo, sim, um beijo que nunca acabou!

MORTE

Às vezes eu busco botar um pouco de felicidade em mim. Ouço uma música, vejo um filme, leio um livro. Mas parece que sempre existe algo aqui dentro que atrapalha todo o plano, que me faz lembrar que a tristeza é regra, e não exceção. E assim um texto novo brota, fruto de uma inspiração que eu adoraria não ter. E com ele vem a saudade, a ausência, a angústia – só não vem você, seja lá quem você for. Nunca sabemos, não é?

Reluto, insisto, paro de escrever. É quando vejo que há uma parte do que eu sou que precisa sair, e as palavras são a maneira que encontrei para isso acontecer. 

É sempre assim.

Não sei se porque as lágrimas já rarearam, não sei se porque os suspiros já silenciaram. 

Talvez porque a sua voz eu nunca (mais) ouvi. 

Eu só sei que escrevo. Não aprendi a dizer.

E no papel encontro o remédio para a solidão que eu cansei de sentir.

sábado, 7 de janeiro de 2012

EU NÃO

Eu poderia ficar horas só olhando você dormir, escutando sua respiração, sentindo seu coração.
Eu poderia ficar dias ouvindo você conversar, ouvir você falar sobre o que sente ou o que quer.
Eu não me importaria em cuidar de você se estivesse triste, ou em ficar brava porque você não fez a coisa certa.
Eu te amaria todas as noites se você deixasse, eu cantaria pra você dormir, eu te esquentaria nas noites frias, eu seria sua só sua, eu não me importaria com as outras pessoas, eu cuidaria do seu coração com todo o carinho permitido. Eu ficaria feliz em te ter, nem que fosse só um pouquinho, ou todas as noites, eu te daria beijos de boa noite, até contaria historias pra você dormir, eu seria a pessoa mais feliz do mundo se você deixasse eu cuidar de você.

Eu não me importaria em acordar todas as manhãs com um milhão de beijos, não ficaria chateada nos dias em que eu acordasse primeiro que você e tivesse que te um monte de beijos para te acordar.
Eu não me importaria de ao ver seu despertar. Não me importaria em ver teu olhar despertando e seu sorrir, aquele sorriso com o tom "eu quero dormir". 

Eu não me importaria de que quando você estiver com medo tu encontrasse força na minha mania de rir de tudo. E, quando estivesse rindo de tudo, encontrasse na minha neurose um pouco de chão.
Eu não me importaria em fazer você se sentir especial e amada. Não me importaria de quando quisesse se sentir tu me procurasse, ligasse para eu te fazer sentir tudo isso.
Eu não me importaria de que quando tu estivesse longe querer ouvir minha voz pra se sentir perto de mim

Eu não me importaria de quando você se estivesse em um momento de solidão e pensasse em alguém esse alguém fosse eu. Nem que seja para chorar ou para ter algum pensamento mais safado.
Eu não me importaria de fazer planos e ficar do teu lado sempre. Não me importaria com teu ciumes e saberia trabalhar com isso. Não me importaria em ter você do meu lado, em estar do teu lado.
Eu não me importaria.

Mas como isso não é possível, eu me contento em ficar te olhando. Me contento em ficar te cuidando de longe, te olhando.

Eu posso, eu quero e eu vou esta aqui de manhã, se você pedir para eu ficar.

Rumo ao nada

"Jurei mentiras e sigo sozinho." ("Sangue Latino", Secos & Molhados)
Ele pegou a primeira curva e se foi, sem pensar. Andava com uma segurança que lembrava os tempos em que as certezas inundavam seu ser e qualquer encruzilhada não era mais do que uma simples armadilha que levava a dois caminhos certos. Respirava forte, olhava firme. Mas seu coração tremia. Tremia como se o inverno tivesse finalmente chegado às suas entranhas, como se o fogo que o movia por paixão tivesse simplesmente se apagado. E talvez fosse isso mesmo, anúncios tantos que já tinha tido de que um dia chegaria aí.

A verdade é que era fácil enganar. Quem olhasse não diria que era um derrotado, mestre que era em maquiar as pequenas chagas que a vida deixava ao longo dos anos. Alguns poucos poderiam dizer que ninguém caminhava tão certo assim, mas nada que o levasse a duvidar de sua personagem. Afinal, nada além do seu quarto testemunhava suas fraquezas, e, por sorte, ele não podia delatar as veias solitárias de seu ocupante. Cauteloso, até apagava as luzes e chorava baixinho - era melhor minimizar os riscos. Mas agora era o depois da curva, estrada reta e certeira. E ele não seria mais inexato para ninguém.

Não à toa escolheu não ter chegada para a sua partida. Qualquer porto seguro poderia estragar seus planos. Que se desse a travessia, por fim.
Eu queria ter te dito a palavra mais doce. Queria ter te dado o abraço mais apertado, o beijo mais carinhoso, o afago mais adequado. Queria ter olhado nos seus olhos sem medo, ter revelado meus pensamentos mais bobos, ter sussurrado palavras sem sentido. Queria ter cantado aquela música que sempre foi nossa, ter dado um sorriso pela sua felicidade, ter tido aquele seu sorriso que me trazia felicidade. Queria ter enxugado suas lágrimas na hora que escorriam, ter soluçado no seu peito por estar angustiado, ter desabafado por agir sempre errado. Queria ter sentido mais vezes o seu cheiro, ter visto mais filmes abraçado, ter dormido ao seu lado. Queria ter contado estrelas com os dedos, ter escrito poesias inadequadas, ter ouvido você respirar e pensar como era bom estar vivo ali. Queria ter tido mais almoços, jantares. Queria ter preparado o café da manhã, ter tomado sorvete de fim de tarde, ter bebido vinho de madrugada. Queria ter sabido o que você sempre deixou óbvio, ter dado o presente no dia certo, ter ligado quando era hora. Queria ter a consciência de que ainda era tempo, ter a decência de não fugir do erro, ter a sabedoria para não insistir quando já é tarde. Queria ter dito como eu gostava de você, ter mostrado como você era a pessoa certa, ter revelado como eu era uma tola por não reconhecer isso a você, e sempre guardar comigo. Queria ter dado o meu melhor por saber que tinha o melhor de você. Queria ter segurado a sua mão e falado o quanto eu precisava de você, ter pedido ajuda para não sumir, ter sido sincera e não precisar me envergonhar. Queria ter deixado você ser a única, porque de fato era, e não temer isso como uma adolescente que não sabe o que fazer quando começa a ...quando começa... quando começa a sentir tudo isso. Queria não ter perdido a esperança de que você ainda estaria aí, ter de volta a sua vontade de estar comigo para o que fosse a vida juntos. Queria ter berros, suspiros e suas mãos entre as minhas. Queria ter prometido que faria você feliz e ter a oportunidade de ter cumprido. Queria ter feito você se sentir especial como era. Queria ter saído do meu mundo para criar o nosso e de mais ninguém. Queria ter sido clichê para poder reinventar, essa coisa que todos chamam de, "o amor "ao seu lado. Queria voltar e ser feliz. Porque eu só queria ter sido eu como deveria ser para você para você ser para sempre o que eu queria para mim. E fim.
O que você faria se não tivesse medo? Jogaria tudo para o alto e mandava o foda-se para o mundo? E se eu te passasse segurança para fazer isso ainda sim teria medo?
Essas perguntas visitava sua mente de minuto em minuto, em uma repetição enlouquecedora. 

Procurava centenas de respostas, mas, no fundo, já sabia. 

"Arriscaria para ser feliz". 

E foi assim que resolvi. 

O amor não tardaria em se concretizar. 

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Decisão

"Toda decisão tem um peso, não adianta tentar fugir", disse ele após olhar nos olhos dela e sentir que havia dúvida pairando ali. Vivera aquela situação incontáveis vezes ao longo de sua breve existência, talvez por isso a frase saísse de seus lábios com tanta facilidade que não representava os tortuosos caminhos que o levaram a essa conclusão. E ela permanecia imóvel, serena, como se não existissem palavras que a atingissem naquele momento. Mas ele sabia que por dentro ela estava dividida, que, por mais que ela tentasse fugir, uma hora a resposta surgiria, e a opção acertada surgiria. Acertada porque aprendera que não havia no mundo opção "errada", todas eram acertadas, ainda que sob uma ótica que só alguns pudessem entender - e isso seria a causa do sofrimento. O fato era que ele sabia que estava avançando no escuro. Não temia, porém. Sempre repetiu que a vida é feita de riscos e curta demais para se ter medo de buscar o melhor. Pena que não conseguia convencê-la a pensar assim também.
"Toda decisão tem um peso, não adianta tentar fugir", pensava ele, enquanto ela desviava de seu olhar. Ele sabia que ela tinha muito mais a perder, mas era seu egoísmo que falava mais alto, e só conseguia pensar em como seria bom se ela se resolvesse por aquilo que era favorável a ele. No fundo, tinha receio de não saber arcar com essa decisão, só que sabia que a certeza apenas seria alcançada pela tentativa. Era preciso achar o lugar dos dois, encontrar-se nela, realizar-se, completar-se, ainda que por um breve momento ou mesmo por toda a eternidade. Não se importaria em ser clichê. Desafiaria o mundo, se isso se mostrasse necessário. E iria insistir. Ainda acreditava em sua intuição, presságios ou coisas do gênero, por mais que fosse um resquício bobo de infância ou pura ingenuidade dos amantes de outras décadas.
"Toda decisão tem um peso, não adianta tentar fugir", escrevia ele, ao mesmo tempo que ouvia Sinatra cantar "Can't Take My Eyes Off Of You" e olhava para o relógio apontando onze horas da noite.
Era terça-feira, chovia no Rio de Janeiro e ele estava em casa. Sabia que o mundo lá fora fugia de seu alcance, mas mesmo assim não temia. Apenas esperava.
Como um ponto final que pacientemente aguarda o seu lugar para selar o destino de um texto triste."

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

"Ahora tienes miedo. Quizás porque fui un tonto y no lo dije también. O porque creí que no decías la verdad y, por eso, elegí salir de tu vida. No lo sé. Estoy lejos y todo ha cambiado aquí. Los que me conocen desde hace pocos meses piensan que soy un chica feliz (aunque, a veces, te eche de menos y necesite llorar sola en mi habitación). Pero no es verdad. Soy un cobarde. Nada de lo que era cuando estábamos juntos. Un tonta, un salvaje. Aquel que no puede acceder a sus sentimientos. Joder! Estas aquí, una vez más. Y puedo tomar tus manos, mirar tus ojos, olvidar nuestros errores. Empezar una nueva vida. Por que no puedes creer que esta es nuestra última oportunidad? Por qué no intentarlo? Escucha mi voz. Es la misma que, un día, dijo “te quiero”. Y la misma que va a decir eso por muchos años más, hasta que las luces se apaguen y se calle la música. Porque esa es la historia que me gustaría escribir. Estoy lista. Vienes conmigo?"
Dominar as palavras para que elas não saiam de mim é algo que ainda não aprendi. Por isso, acabo fazendo textos que dirão mais do que você deveria saber. Eu sei, é inútil esconder o que se sente, só que também é inútil sentir se você não aparece. Vão dizer que nunca dá para saber ao certo o que é real e o que não é aqui, mas eu sei que você sabe. Você sempre soube. A dúvida é dos outros, que não podem precisar se vivo tudo isso ou mesmo se você é de verdade. E é isso que me encanta. A eles, o benefício da dúvida. A você, a certeza das frases. Porque meus textos são sobreviventes de um desencanto possível. Heróis de uma conquista imaginada. Algozes de um sentimento provável. Enquanto isso, chove lá fora e a lua sorri. Enquanto isso, o cigarro apaga enquanto eu olho para você. Perco o domínio das palavras. Cumpro a promessa que levei anos sem executar. Ponho o ponto final antes que alguém descubra o que não posso dizer.


(porque se não existe, não se pode sofrer.)

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Medos

Não sei ao certo sobre o que resolvi escrever, só quero escrever. Estava dormindo quando fui acordada para fumar e com uma vontade de dizer um tanto de coisas que eu não sei o que é.
Sinto um turbilhão de sentimentos ao mesmo tempo, em questão de minutos, segundos passo do carinho excessivo a raiva. Quero muito viver tudo e não viver nada. Quero esperar, mas quero agir.
Qual é o exato momento de parar? Qual é o momento de continuar? Qual é o momento de dizer o que sente? O que quer? Qual é o momento que deixamos de sentir ciumes? Qual é o momento que começamos a sentir ciumes? Em qual momento eu deixei tudo isso acontecer e porque deixei acontecer?
São todas essas perguntas que me faço diariamente, e não consigo achar nenhuma resposta.
Estou me sentindo a bera de um penhasco, pronta para pular. Mas falta a coragem, da mesma forma que posso vir a alcançar voo posso cair e me machucar, posso morrer.
Mas o penhasco é lindo, convidativo e te chama a pular, a descobrir o horizonte e colocar teu nome na historia. Na tua historia, na historia do penhasco. Historia essa que pode vir a ser contada com carinho para as próximas gerações, por admiração por quem estava ali atrás de mim gritando "Se joga, você vai conseguir".
Mas o penhasco é alto, tem muitas pedras, galhos e mais um tanto de obstaculo que me faz temer. Pois se não alcanço voo, vou me machucar, vou sentir dor, vou chorar e pode ser que não tenha mais uma bela vista do penhasco. Mas a historia poderá ser contada por aqueles que estão aqui atrás de mim com vergonha e no final da frase usar "ela foi covarde, ela iria conseguir".
Tenho que escolher entre pular e ser aplaudida, mesmo que me FODA, ou ficar quieta e desistir de conhecer aquele horizonte logo ali e ser considerada por mim e por todos como uma covarde.
Qual é a melhor escolha? O que tu escolheria? Pularia ou recuaria? QUAL É A MELHOR ESCOLHA? O que é o certo a fazer?
Acho que se alguém me der a resposta de todas essas perguntas eu vou conseguir tomar uma posição e achar uma direção para minha vida.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Parece que me falta algo, o que me tornaria capaz de perceber o que deve ser feito em cada ocasião. Hesitante, nunca sei se há ou não um momento, então deixo para lá, penso que não é para mim e aceito a condição de incapaz. Só depois, quando ponho a cabeça no travesseiro, penso em "mil-e-uma-formas-de-fazer-o-que-devia", choramingando a falta de sorte e fingindo ignorar o saber de que a culpa é minha por não conseguir perceber os malditos sinais. Ou, pior até, conseguir perceber sim, mas não ter coragem para acreditar, carregando o fardo de frustrações passadas como se elas fizessem parte de um ciclo, como se jamais pudessem se encerrar. Medo, medo, medo. Por que é tão difícil arriscar? O que há para ser perdido? E o que já não foi perdido pelo não-agir? É preciso menos complicação e mais atitude - eu ouço as paredes me repetindo isso o tempo todo, aos berros. Sim, é claro, está certo, eu sei. Mas falta algo em mim, aquilo que não deixa tudo ir. E aí não adianta trazer o cheiro para casa, especular sobre aquele gesto ou dizer palavras tortas na hora em que não é mais adequado, porque já foi. As cortinas fecharam e o gongo soou. Tal qual naquele cinema, quando estava no começo e nada mudou. Porque eu não soube fazer diferente. Nunca sei. Só aprendi a assistir, não a atuar, e é a vida que não é arte a única que sei viver. Aplausos poucos, preguiçosos. Um cumprimento tímido. A noite se vai, a ocasião também. Faltou você. Ou eu. Sigo me repetindo. Nas dúvidas sou destinado a perder.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Antítese de uma relação

Quando a vontade de escrever esbarra na falta de habilidade com as palavras.
Quando a necessidade de botar o que se sente para fora trava-se numa lágrima contida.
Quando a saudade começa a se transformar em um se acostumar.
Quando o querer passa a ser distante.
Quando o gostar ameça se perder.
Quando parece não mais importar.
É aí que tenho mais vontade de dizer para você ficar aqui.
(Porque, no fundo, sei que esse não é o roteiro que quero seguir.)

DOR

Quando eu cheguei, você já tinha saído. Nada mais comum – afinal, foram tantos os desencontros que, se a porta estivesse aberta, eu até estranharia. Pelo menos me restou á janela, e daqui posso ver o horizonte sagrar todo fim de tarde, como se percebesse a ausência sua. Mas sabemos que não é verdade. Ele não sente e nem eu. Ao que parece, a cena se repete tanto que a dor já falha em se manifestar. E talvez você volte, tocando a campainha ou girando a chave. Não seria novo. Quem sabe até eu já tenha saído, deixado aqui somente as garrafas vazias que não são mais motivos para incomodar. A tudo se acostuma. Então o horizonte será seu de novo, para eu sangrar longe daqui. Você vai trocar as fechaduras, desligar o telefone e pintar as paredes. De repente até trocar a cama do lugar. Para quando eu chegar com as garrafas cheias e encontrar a porta fechada, ter que tocar a campainha e pedir para você fechar a janela enquanto a gente insiste em se beijar. Então o céu vai ficar cinza lá fora, porque o vermelho vai voltar a pulsar. E a rua vai sentir minha ausência. Ai vamos botar uma música. Você vai se levantar. E eu ficarei no sofá.
“Dança comigo?”
Você sabe, eu nunca aprendi a dançar. Acho que é por isso que o sonho com o dia em que nosso bailar vá deixar de ser assim. 

Sentimentos

Nunca fui muito boa em lidar com sentimentos, sabe. Sentimentos são complicados e me dão enjoo. Enjoo do tipo de ficar com aquele frio na barriga toda vez que eu te vejo. Maldito seja o frio na barriga. Toda vez que sinto sei que as coisas estão fora do controle. Os sentimentos estão fora de controle. Eu posso não conseguir controlar o que sinto mas ainda bem que fui abençoada com a capacidade de manter minha boca fechada. Ouvir de mim o que eu sinto por você? Difícil. Primeiro porque tenho bloqueio em dizer o que sinto pra qualquer pessoa; mãe, pai, irmã, irmão. Só digo para meus animais de estimação porque sei que eles não vão responder e eu não vou ter que vivenciar uma daquelas cenas melosas de filme. "Te amo tanto, você é tudo na minha vida" Também te amo querida, morro por você". PAROU POR AI.

Demonstrar sentimentos é a mesma coisa que ficar vulnerável. Se eu disser o que realmente sinto, tenho a certeza de que irei me sentir no meio de um campo de guerra pronta para levar um tiro fatal a qualquer momento. Dizer nossos sentimentos em voz alta faz com que se tornem realidade, faz com que o mundo saiba disso, faz com ela saiba disso. E eu não consigo, não suporto, o orgulho não deixa e o medo me impede. Mas eu sinto um turbilhão de emoções, uma porrada de sentimentos. Todos eles aqui, misturados, guardados, ocultados. Às vezes não consigo e transbordo eles em forma de atitudes que eu espero que você seja esperta o suficiente para perceber. Fazer o que, é o meu jeito.

Odeio pessoas que cobram ouvir o dia inteiro o quanto gostamos delas. Acho que se parássemos pra prestar atenção em cada detalhe e em cada gesto, saberíamos muito bem como a outra pessoa se sente em relação a nós. Eu posso não ter capacidade de dizer "Eu te amo", mas se lembra quando eu te ligava de madrugada morrendo de saudades? Querendo te ver? Esse era meu jeito de dizer que eu te amava. Eu posso não ter a capacidade de dizer que morreria por você, mas lembra quando você arranjou uma briga qualquer e eu entrei na frente? Pois é. Posso não conseguir dizer o quanto você é incrível e que te admiro demais, mas sabe quando eu fico te olhando com um sorriso bobo e você pergunta "Que foi?".. Esse é meu jeito de mostrar o quanto te admiro. Posso não ser a pessoa mais sentimental do mundo e nem a mais meiga das mulheres que você já conheceu, mas te garanto um carinho nas horas em que você estiver triste e um abraço quando você mais precisar. Nunca consegui te dizer que não queria te perder e que queria você para sempre, mas se lembra dos abraços apertados que eu te dava? Então. Gestos que demonstram tudo. Tudo aquilo que eu não consigo te dizer.

Talvez eu seja só mais uma covarde que não diz o que sente porque tem medo de admitir que ainda tem um coração. É, talvez eu seja. Mas fazer o que se eu cresci ouvindo que atitudes valem mais do que palavras?









“Parecia inofensiva, mas me dominou”

Durmo com ela na cabeça. Acordo, não sei se esperando alguma coisa diferente, mas continuo pensando nela. Agradeço a facilidade que tenho em demonstrar como gosto dela, como sinto sua falta... Demonstrar saudade e me declarar dia após dia é cada vez mais fácil. Mando uma mensagem. Chega uma resposta. Nem sempre dela...

Meu coração pára.

Depois que a gente ficou juntas, meu pensamento nunca hesita. Aliás, hesita sempre. Sempre que sou forçado a não pensar nela. Sempre que a vida me coloca em uma situação que me force a afastá-la da cabeça. Mas é tão difícil, que eu nem luto mais contra isso. Tento me distrair com coisas do cotidiano, coisas que antes tinham valor... Mas nada mais tem graça pra mim. Tento esquecer e me desapegar à insegurança emocional que teima em aparecer. Tento esquecer que outra dia a essa hora a gente estava juntos, abraçados, depois de uma noite inesquecível (outra...). E lá estou eu me lembrando disso tudo de novo...

No que será que você está pensando agora?

Pouco importa. Tudo que eu desejo é ter você comigo, tudo que eu desejo é um abraço teu, um beijo. E mais nada.

Porque meus melhores momentos têm sido com ela. Minhas horas mais intensas e felizes. Conto as horas para vê-la, lamento os segundos quando a gente se separa. Me corrôo por dentro após cada discussão, cada mal entendido. Mas fico tão feliz em tê-la de volta que esqueço no ato a briga, a confusão.

"Gosto de pensar assim: se a gente faz o que manda o coração, lá na frente, tudo se explica. Por isso faço a minha sorte. Sou fiel ao que sinto. Aceito feliz quem eu sou. (...) Porque perfeito mesmo, só a imperfeição. Que faz ter sentido até o que não se explica".



Sensações

Ainda com delicadeza, buscava com os dedos a nova cicatriz em meu corpo. Parte daquilo que fui e que estava me tornando.

Não acalentava mais sofrimento algum em meu peito, tinha decidido que assim seria. Buscava a realidade, ainda que dura, com uma sensatez nunca antes experimentada. E isso era fruto da história que havia vivido e do novo olhar conquistado. Conquistei de maneira natural, dolorosa até, mas era doce.

Doce como a espuma do mar agitado passando por meus pés descalços na areia molhada. Uma calma, por vezes revolta, querendo respirar tudo o que passava por mim, querendo sentir de maneira completa os milagres cotidianos que assistia.

A vida não poderia estar dando mais certo.

Mentira, é claro que poderia. Sim, poderia! Haviam desejos gritando em minha pele, sedentos por mais. E eu não conseguia silenciá-los, estavam parte de mim agora, rasgando a alma serena, desajeitadamente construída. Mas eu conseguia tudo o que queria, uma força interior, uma teimosia infantil me acompanhava pelo caminho. Os desejos eram, finalmente, distraídos com um pouco de confiança, aceitação e fumaça.

Fome, sede, sono. Vontade de produzir. Tudo era demais aqui. Anseio por liberdade, soltar as amarras, me desapegar. É tudo uma questão de prática, no final das contas, simplificar. Coleciono informações em meu corpo, mas meu coração é um só e a mente pede para que seja simples. Coração e mente, emoção e razão – eles haviam feito as pazes novamente, mas sem a austeridade de outrora.

Não havia espaço para compartilhar, não nesse momento. Já tinha perdido demais tentando ser mil, de tudo e de todos. A vida me chamava para uma aventura deliciosa, as maravilhas saltavam aos meus olhos e não havia tempo para olhar pra trás. Agora, o momento era meu. Simples.

Acariciava novamente minha cicatriz. Perfumes, gostos, toques. Tudo estava ali, bem a minha frente, pedindo para ser experimentado. E porque não?

“A dor é inevitável, o sofrimento é opcional.” C.D.A

Lágrimas no escuro


Ultimamente, meus pensamentos andam tão cheios de idéias, opiniões, indignações e inquietudes, que não sei mais na verdade em que eu acredito. Meu objetivo de vida, eu o vejo se disseminar pelos ares, como um vidro de perfume aberto, diante da realidade que é pra ele um obstáculo. E, no meu apartamento, não me resta mais nada além de algumas músicas.
Um raio de luz entrou pela janela. Iluminou um livro.
Utopia é o que venho repetindo, mesmo que involuntariamente, algo que quero e não quero alcançar. Ela me espera, pacientemente, enquanto carrego seu retrato com minha ideologia. Já a perfeição, insistente me persegue, se separou da utopia, fez as malas e deixou pontos de vista pelo caminho. Mas o desânimo me segura mais alguns minutos na cama e quando vejo, é noite.
Acho que me canso dessa vida mundana, obscura, trôpega.
Tanto, em tão pouco tempo. São tantas as opções que estou farta, então, falarei sobre as pessoas. Esses seres que tanto me desapontam. E é por ser uma delas que também sou frustrada. De cada um, quero o máximo, quero o tudo, quero porque quero.
E não vejo porta aberta. Ela esta trancada, fechada a sete chaves e eu não sei como abrir. Não sei como pedir ajuda para abrir essa maldita porta. Mas tudo bem, eu consigo me virar desse lado da porta, eu acho. Acho que consigo saber que ela esta trancada e ainda sim fazer que esse lado seja bonito, acho que consigo viver aqui. Consigo sim!
Meio frustrante eu não conseguir fazer como eu quero, meio frustrante as pessoas não agirem da melhor maneira para não magoar as pessoas.
Que texto idiota, comecei falando uma coisa e estou falando outra totalmente sem sentindo. Mas isso acontece porque eu estou assim, estou confusa, em um turbilhão de sentimentos. Completamente sem rumo, completamente sem pilastra.
Mas foda-se, eu só quero escrever para tirar essa agonia toda de dentro de mim, fazer com que hoje, 30/12/2011 eu consiga pelo menos dar um sorriso e que não seja falso, que não seja clamando por respostas.
Respostas? Que respostas medíocres que me fazer querer o que não posso. Frase totalmente desconexas que me fazer querer parar de escrever e xingar a porra toda da minha vida. A porra toda que me faz sentir tudo isso.
Sentir? Porraaaaa.. você já foi melhor nisso. Já sentiu menos e viveu mais.
Com tudo que eu escrevi nesse momento eu só tive certeza de eu não sou uma pessoa legal. E fica ai, mais um texto totalmente confuso e idiota.